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The Walking Dead – 4×13 – Alone

14a0bfa503a3e92d26579a269777c66bThe Walking Dead sempre teve como um dos seus temas a solidão humana em paralelo com a necessidade vital de se conectar com outras pessoas; este assunto pode render episódios densos como os primeiros do retorno da série e histórias mais monótonas como nos dois últimos. Por causa de toda a crise na cadeia desde o início desta temporada Sasha e Bob tiveram pouco tempo na história para criar um laço com o público e isso atrapalhou o desenvolvimento desta parte do enredo. Dos grupos criados após a destruição da prisão o mais fraco é o dos dois e de Maggie, pelo menos nesta semana este trio evoluiu bastante.

Tanto Maggie como Sasha tiveram momentos de dúvidas nesta semana, a primeira depois de ouvir falta de fé de Sasha em encontrar os seus amigos vivos, incluindo seu querido Glenn, decidiu que não poderia colocar a vida deles em risco e por isso partiu sozinha em busca de seu marido. Maggie é muito corajosa e conhece muito bem Glenn, os dois pensam iguais e tem em comum nunca perderem a esperança, por isso acreditam que o santuário Terminus pode ser mais uma chance de paz. Sasha está seguindo o caminho oposto, já viveu em grupos e sabe como é perdê-los, está cansada e com medo, querendo apenas descansar; por isso ela precisa de alguém como Bob para animá-la e mostrar que ainda existe chance de uma vida melhor. Bob é um homem que conheceu o máximo da solidão, por causa desta experiência solitária e por viver uma luta interna contra seu alcoolismo virou o que muitos chamam de um otimista por natureza; encontrou neste grupo uma chance não só de superar o seu vício, como também de ser feliz e por isso não quer perdê-los.

Maggie percebeu que por mais que seja errado da parte dela pedir para outras pessoas darem sua vida para que possa encontrar Glenn, sabe que não poderá fazer isso sozinha. Neste mundo apocalipítico a opção de ficar sozinho é sempre a mais perigosa; por mais que esteja com medo Sasha também entendeu que não tem como fugir da luta, é melhor morrer tentando alcançar um objetivo do que ficar parada e ser morta por errantes a qualquer momento. O que une as duas é Bob que entende a esperança de Maggie em reencontrar Glenn que como esperado também está seguindo para o santuário. Bob também compreende o medo e o cansaço de Sasha; e pode ser para ela alguém que lhe dê a esperança que perdeu. Os opostos se atraem e por isso essa química entre ele e Sasha aconteceu de forma natural; fazer com que eles virem um casal foi uma opção inteligente, uma história de amor é sempre uma boa maneira de tentar aumentar a ligação do público com estes ainda novos personagens.

A aproximação entre Daryl e Beth é um dos pontos fortes desta temporada, a menina faz bem para Daryl com seu jeito doce e ainda imaturo sempre tentando enxergar algo bom e belo neste horrível mundo; gostei como Beth força o caipira arqueiro a não fazer ruídos e sim expressar suas emoções. Daryl continua o mesmo personagem sensacional de sempre, capaz de sarcasticamente dormir em cima de um caixão por conforto e através de Beth ganhou mais sensibilidade, como ao ficar preocupado e não levar toda a comida da casa que encontraram e também ao querer ouvir Beth tocando e cantando.

Mais uma orda zumbi surgiu para separar Daryl e Beth, que estranhamente foi embora dentro de um carro, deixando uma enorme curiosidade sobre quem estava dentro do veículo; talvez a pessoa seja o morador da casa onde Beth e Daryl estavam, uma pessoa que cuidava dos corpos dos zumbis e também comia coisas bem engraçadas. Se existe alguém sem sorte e que atrai pessoas ruins é Daryl, quando o arqueiro começava a descobrir um lado mais humano dentro de si através de Beth, os dois acabaram se separando e ele encontra um grupo que pode levá-lo novamente ao caminho do ódio e da violência.

Para Daryl a solidão parecia inevitável até encontrar com aquele mesmo grupo de assassinos que invadiram a casa onde Rick estava há alguns episódios atrás, com seu maluco líder chamado Joe. Daryl parece entrar em um túnel do tempo ao voltar a fazer parte de grupo que lembra aquele que integrava no começo da série; já sabemos que Joe é violento e nada confiável, essa aproximação de Daryl com ele e este grupo é muito ruim para a mudança boa que o personagem vinha tendo, para se defender Daryl terá que voltar a ser aquele velho arqueiro quieto e violento.

O que crítico em The Walking Dead é que a equipe criativa da série criativa custa a entender que para segurar o seu público não pode ser apenas uma história introspectiva e precisa ter mais momentos de ação com pessoas lutando contra zumbis; como na excelente cena do ataque dos zumbis na neblina, sem essa ação TWD vai continuar ser criticada pela sua lentidão. Essa é a minha visão pelo que leio nas redes sociais e comentários aqui no blog, a qual apesar de entender discordo porque atualmente coloco em TWD entre as melhores séries da atualidade e prefiro uma série sobre a solidão e convivência entre os humanos em um mundo deprimente do que outra trama sobre pessoas matando zumbis.

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