Se a esperança é o o que nos faz seguir, como uma pessoa fica quando percebe que tudo que imaginava para sua vida simplesmente acabou? Mesmo assim é da natureza humana nem que seja inconscientemente manter pelo menos um curto fio de esperança.
O emocionante texto de Beth falando sobre como na época acreditava que a prisão poderia ser um local para ela e todos viverem para sempre em paz; uma introdução certa para refletir sobre estes personagens que agora começam a entender que a última esperança de uma sonhada vida calma através da prisão simplesmente não existe mais. A primeira parte do episódio revelou o destino de Daryl e Beth que juntos tentam sobreviver enquanto a jovem tenta manter a esperança de que irá reencontrar sua irmã e amigos vivos.
Mesmo sabendo da morte de Hershell e com ele o seu sonho de estabilidade na prisão; Beth não perdeu suas esperanças e pensa diferente de Daryl que quase sempre é negativista e não parece confiante em encontrar os seus amigos vivos. O choro de desespero de Beth ao ver as pessoas mortas na estrada foi também de alívio de não serem seus conhecidos; a personagem que mais amadureceu nesta temporada agora precisa juntar todas as suas forças para não desistir de reencontrar seus amigos.
A linha do trem poeticamente é a ligação de proximidade com outros sobreviventes; Tyreese, Judith, Mica e Lizzie que passaram horas antes pelo mesmo local e por poucos não se encontram com Beth e Daryl. Um alívio ver a pequena Judith viva, mesmo sendo um pequeno ser que mais atrapalha do que ajuda com seu choro; seria cruel demais matar a criança desta maneira mesmo para uma série sombria como The Walking Dead.
Tyreese estava sentindo o peso de ter que cuidar da pequena chorona Judith e de duas crianças como Mica e Lizzie; a primeira é um criança comum com seus medos e a segunda tenta fingir que é durona quando na verdade parece esconder um lado escuro dentro de si. Assustador e preocupante o olhar de prazer que Lizzie fez ao sufocar o choro de Judith, pode ser por ter um lado obscuro e maldoso dentro de si como também pela sensação de ter controle de uma vida tão pequena em suas mãos e calando seu choro protegeria sua irmã também.
Uma grata surpresa ver o retorno de Carol que chegou já salvando a vida de Mica e Lizzie, as duas garotas que tanto queria proteger e agora poderá fazer isso. Essa parte também cria uma tensão já que Carol está ao lado de Tyreese que com seu abraço sincero não desconfia o motivo real de Rick ter mandando ela para fora da prisão; um detalhe que pode mudar tudo entre estes dois quando Tyreese descobrir o que Carol fez com sua namorada. Essa tensão vai seguir até este grupo encontrar o tal lugar que seria seguro; o que não parece ser muito confiável já que a série já ensinou que não existe um lugar seguro. O homem que encontraram no caminho e que foi mordido afirmou com toda a esperança de que o lugar seria seguro para eles e para as crianças e com este desejo de terem um pouco de paz vão seguir pela linha do trem até o local.
Tanto para Maggie como para Glenn a esperança é um encontrar o outro; Maggie está perdida sem Hershell e com medo de que possa ter perdido Glenn também; acompanhada da durona Sasha e Bob, o doutor alcoólatra que parece acreditar que as coisas podem melhorar; um típico personagem que vive em uma constante busca para se redimir de seus atos do passado. Outro trio inusitado e por isso bem formado; Maggie é bastante agressiva e emotiva, Sasha é objetiva demais e Bob é quase um poço de paz dentro da confusão que é sua cabeça. Um desespero profundo ver Maggie encontrando o ônibus e a cada zumbi que enfrentava aumentava seu medo de que um deles fosse Glenn; um sentimento que começou como medo, virou ódio e depois lágrimas de alívio ao perceber que não foi desta vez que recebeu mais uma notícia ruim.
Quis o destino que Glenn fosse o único que não conseguiu escapar da prisão e se viu em um cenário assustador cercado por inúmeros zumbis prontos para comê-lo. É fácil criar um paralelo da importância de Hershell tanto para Beth como para Glenn, ambos aprenderam com o sábio senhor a nunca deixarem de perder a esperança e isso os mantém tão forte. tO amor de Glenn por Maggie foi também o que deu força para se levantar, mesmo ferido, para ir atrás dela e para conseguir isso aceitará ajuda de uma pessoa que fez parte da destruição da prisão.
Não esperava que fosse Tara que iria sobreviver do lado do grupo do Governador; talvez uma punição do destino por tudo que ela fez e por ter errado ao confiar no Governador e como castigo viu sua própria irmã ser morta. A cena de Glenn e Tara escapando da prisão foi a mais bem rodada desta temporada equilibrando com cenas através da visão da máscara usada pelo oriental como também colocando a câmera a distância para dar a real sensação da quantidade de zumbis que estavam ao redor deles.
Em mais uma ironia da vida parecida com a de Carol e Tyreese; Glenn agora está com sua vidas nas mãos de Tara que pode ter através dele a oportunidade para corrigir o seu erro de ter confiado no Governador. A questão é se Tara é uma pessoa realmente capaz de escolher as pessoas certas para ajudá-los. O episódio terminou com a introdução de três novos personagens, o principal o militar Abraham Ford um homem que já deu o seu cartão de visita ao mostrar que não está lá para fazer amigos. Quem leu os quadrinhos de TWD sabe qual o futuro deste personagem e de seus aliados; a introdução dele promete ser bastante importante para o futuro da trama.
Como virou rotina nesta temporada mais um episódio consistente e com boas qualidades de The Walking Dead e nesta semana destaco as ótimas atuações do elenco; principalmente Lauren Cohan (Maggie), Emily Kinney (Beth) e Brighton Sharbino (Lizzie).
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