Primeiro episódio decente desde o retorno da terceira temporada de The Walking Dead neste ano, óbvio que não foi um episódio perfeito, mas foi muito melhor do que os anteriores. O clima de passado pesou na história do episódio e também na melhora da série, Clear teve um tom muito parecido com o ótimo início da série, principalmente por trazer um personagem antigo e também o local do início de tudo.
Os roteiristas deixaram de ser um pouco preguiçosos e decidiram mudar a rotina, colocando uma nova trama com Ricky, Carl e Michonne voltando a cidade onde tudo começou para buscarem armas e munição para a futura guerra contra o Governador. Após descobrirem que a delegacia não tinha mais nenhuma arma, o trio foi para dentro da cidade acabou deparando-se com um cenário assustador, cheio de armadilhas, cheio de mensagens ameaçadoras e um homem atirando com um rifle. Este foi o gancho para o grande retorno de Morgan (boa atuação de Lennie James), o importante personagem que salvou a vida de Ricky na primeira temporada, ficou completamente sozinho na cidade e enlouqueceu. Triste demais a história de Morgan e como ele acabou tendo que matar seu filho e sua esposa, ficando totalmente sozinho na cidade, ele e sua culpa por ter sobrevivido. A história de Morgan foi o melhor momento do episódio, um exemplo de como os roteiristas ainda são capazes de escrever algo atrativo e que emocione o público.
Percebi também um certo paralelo entre Ricky e Morgan, ambos acabaram perdendo pessoas importantes e a culpa acabou gerando uma loucura na mente de cada um. Ricky quase viu um futuro para si ao perceber como Morgan estava depois de perder seus parentes, além da culpa por não ter voltado para resgatar o homem que salvou sua vida, para piorar ainda a trama da arma usada por Morgan ter sido dado por Ricky. Foram momentos tensos que levaram Ricky a repensar tudo que aconteceu e o que ainda está por vir.
Paralelamente tivemos uma boa história envolvendo Carl e Michonne, que finalmente ganhou um pouco mais de espaço na história, algo que merecia faz tempo. O jovem Carl estava menos chato neste episódio e foi duro a tomar atitude de atirar em Morgan, foi também muito tocante a ideia dele voltar ao bar para recuperar a última foto dele ao lado de Ricky e sua mãe. Toda a criação da cena do bar e os zumbis estava funcionando muito bem e até achei que algo iria dar muito errado, só que foi cortada rapidamente e solucionada de maneira simples demais, com Michonne simplesmente entrando no local e saindo despercebida.
Michonne e Carl, apesar de serem interpretados por dois intérpretes limitados, formaram uma dupla que merecia ser melhor desenvolvida no futuro da série, isso é se os roteiristas não continuarem com seu estilo de simplesmente jogar tudo de bom do episódio anterior no lixo e recomeçar tudo de novo no próximo.
O que mais gostei do episódio curiosamente foi a história do mochileiro que apareceu no início do episódio e que depois estava morto no fim, uma cena triste e lógica se pensada na situação que os personagens vivem. Foi um episódio que saiu da fraca história principal da temporada e por isso foi melhor que os anteriores, mas mesmo assim longe de ser um episódio ótimo, no máximo regular. Faltando quatro episódios para o fim da temporada, a trama principal deve retornar na próxima semana e daí veremos se os roteiristas serão capazes de salvar essa temporada com pelo menos um final digno.
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