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Crítica: Um Porto Seguro

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Com 18 livros publicados e oito adaptados para o cinema, o escritor Nicholas Sparks é um nome de sucesso em Hollywood e sinônimo de bilheteria. É fácil prever que tipo história assistirá se for baseada em uma obra do escritor que encontrou a fórmula certa para conquistar um público, o feminino, e não tem vergonha de repeti-la sem parar a cada nova obra lançada. A nova adaptação é do seu romance Um Porto Seguro, bastante similar com todos os outros filmes baseado em seus livros, com a diferença de ter um final bastante polêmico.

O drama da vez acompanha Katie (Julianne Hough) uma jovem que no meio de uma noite foge desesperadamente de um homem e acaba indo para uma pequena cidade do interior. No local, Katie conhece (Josh Duhamel), um viúvo, pai de dois filhos e dono de uma pequena loja. Ao longo da trama é revelado que o homem (David Lyons) que a persegue é na verdade um policial e que Katie teria cometido um crime.

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Todos os ingredientes da fórmula do sucesso de Sparks estão novamente aqui; a jovem indefesa que reluta em se entregar ao amor; o galã que tem um passado sofrido, como sempre o câncer é a doença predileta do autor; um romance lento e água com açucar capaz de curar qualquer insônia e com diálogos de pura falta de criatividade. O que dificulta a fórmula a ter o mesmo resultado das outras vezes é que essa adaptação não tem um casal formado por atores que saibam atuar como Ryan Gosling e Rachel McAdams (dupla de Diário de um Paixão) e que consigam pelo menos passar as emoções exageradas dos livros de Sparks. Um Lugar Seguro tem como protagonistas dois atores mais que limitados e sem química alguma, Duhamel e Hough, que servem somente como dois rostos bonitos. Duhamel usa e abusa de seu charme para esconder suas limitações, já Julianne Hough não tem carisma algum e consegue ser a pior protagonista de um filme baseado na obra de Sparks, superando até Miley Cyrus (A Última Canção), o que é algo vergonhoso.

Dirigido por Lasse Hallström que repete a parceria de Querido John com Sparks, as semelhanças estéticas entre ambos os filmes não deixam de ser propositais. O diretor utiliza ângulos que exaltem o corpo esguio de Hough ou o rosto de Duhamel, um esforço enorme para tudo parecer belo com uma luz quase celestial e que nunca termina. Não faltam cenas românticas entre os protagonistas, com trocas de olhares, gestos delicados um no outro, uma cena de sexo romantizada e beijos apaixonados, a expressão romance açucarado levada ao pé da letra.

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Sparks até tenta inovar colocando desta vez um arco dramático no último com um pouco mais de ação e que até acelera o sonolento ritmo dá trama, colocando a mocinha indefesa tendo que ser salva pelo seu cavaleiro contra o vilão, nada de muito emocionante, ainda mais quando essas cenas necessitam da atuação do canastrão David Lyons. O que difere Um Porto Seguro das outras sete adaptações de obras de Nicholas Sparks, é que nesta trama o autor tentou dar uma virada inesperada para a trama, o que na sua visão seria um ato de ousadia, mas que foi recebido pessimamente pelo seu próprio e fiel público que não aceitou a grande surpresa. Sparks tentou mostrar que pode fazer algo diferente, mas errou primeiro por uma ideia que não condiz com todo o resto da sua própria trama e ao não perceber que seu público não quer uma reviravolta em suas histórias e sim romances infantis e que façam as mulheres sair chorando do cinema e acreditando que um dia vão viver um amor igual ao da história.

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