O diretor brasileiro José Padilha (Tropa de Elite 1 e 2) conversou com o site Crave Online e falou mais uma vez sobre os seus planos para o remake de O Robocop. Padilha disse que não pretende alterar o nome do personagem principal, Alex Murphy.
“Alex Murphy é Alex Murphy. Você não pode chamar o Batman por outro nome. É Bruce Wayne é Bruce Wayne, Clark Kent é Clark Kent”.
Também falou que este será o seu primeiro filme com um grande orçamento, e contou como pretende usar todo esse dinheiro. “Bem, eu sempre tento fazer o melhor filme que posso. Se posso ter um ano para filmar, quero rodar durante um ano. Se não é possível, tento fazer o melhor com o tempo que eu tenho.. Não sei ainda exatamente vai ser, porque nunca fiz um filme com um orçamento grande, mas eu sei que os produtores deste filme são também cineastas. O pessoal da Spyglass, Jon Glickman, Roger Birnbaum e Adam Rosenberg também fazem filmes, não são apenas executivos, então eles sabem como fazer filmes. E isso é o que conta. Quando eu tenho um orçamento, seja ele qual for, acredito ser muito importante que esse dinheiro apareça na tela. Não adianta ter um super trailer-camarim cinco estrelas já que isso não mudará em nada o filme. Eu quero é mais filme, mais cenas, mais opções de corte
É importante ter mais filme, mais filmagens, mais tomadas. É o que me preocupa e as pessoas que estão fazendo Robocop são muito inteligentes e isso é legal”.
Padilha disse que a equipe está atualmente trabalhando no visual do Robocop e que por isso não poderia contar muitos detalhes.
“Isso eu não posso dizer porque daí estarei entregando o filme. Já estamos trabalhando no visual, então já sei como será. Mas o o design precisa combinar com o roteiro. Não se desenha a partir do nada. Você cria algo que faça sentido dentro do universo dramático que está explorando. É isso o que estamos fazendo.
Contou que a primeira versão do roteiro criado por Darren Aronofsky (Cisne Negro) foi totalmente descartado, Padilha disse que o filme terá a sua própria visão e que é muito diferente do roteiro anterior. Disse que além de temas políticos e os problemas da mídia, o longa vai abordar outros temas atuais.
“Algumas coisas mudam e outras não. Corporações controlando pessoas são uma constante. Agora são os bancos e será alguma outra coisa em 30 anos. É assim que funciona a economia. Então, não vam
os fazer um filme sobre o sistema financeiro, isso posso lhe assegurar.
Um conceito do filme que será mantido é quando o Robocop ter sido criado por uma grande corporação, mas que perde o controle sobre o robô quando Murphy lembra sobre seu passado.
“Esse é um grande conceito, isso é o coração e a alma do filme. É o conflito entre alguém tentando dominar você e sua perseverança. Essa é a grandiosidade do conceito – e o conceito resumindo. O coração da história e o que ela tem que ser. Um Robocop que valha a pena precisa tratar disso”.
O diretor desconversou sobre a possibilidade de Padilha fazer mais duas continuações, garantindo assim a qualidade e também para evitar um fracasso como aconteceu nas sequências do filme original.
“Isso é engraçado, deixe eu fazer o primeiro, e depois falaremos sobre os dois”.
Padilha está atualmente desenvolvendo o filme ao lado de Josh Zetumer, que assina o roteiro.
Lançado em 1987, RoboCop teve duas continuações no cinema, lançadas em 1990 e 1993, e duas séries de TV, além de uma animação, histórias em quadrinhos e diversos jogos de videogame.
A nova versão do policial robotizado tem estreia prevista para 2013.
A cada entrevista de Padilha tenho mais ainda mais certeza de que ele vai transformar Robocop em um clássico do gênero.