Dizer que este novo Conan – O Barbáro é um remake do filme homônimo dos anos 80 seria uma mentira, o filme é uma reinvenção do clássico personagem criado por Robert E. Howard com uma história que usa todas as fórmulas atuais do filme do gênero e com isso apresenta mais um filme de ação dispensável.
O filme é uma junção de erros de roteiro, elenco, direção e pior de todos por não conseguir entender a história do bárbaro. Conan parece mais um remake do horrível Fúria de Titãs, seguindo a mesma fórmula de colocar um personagem em muitas cenas de luta, monstros e magia, uma pequena paixão, frases de efeito, um vilão bem canastrão e um gancho para uma continuação.
Na trama, Conan (Jason Momoa) já nasceu no meio de uma batalha e cresceu sempre achando que a violência é algo natural entre os homens, ainda quando criança viu seu pai (Ron Perlman) ser junto com os habitantes de sua aldeia serem assassinados. O jovem cimério cresceu e se tornou um grande guerreiro que passou anos da sua vida em busca de vingança contra aqueles que mataram seu pai e sua tribo.
O filme original dos anos 80 e tinha o então astro Arnold Schwarzenegger no papel principal, se não era um filme perfeito, era mais ingênuo e menos pretensioso, tinha uma boa história de ação que respeitava as principais característica do personagem criado por Howard. A nova versão quase transforma Conan em um vilão diante de tantos atos violentos impensáveis, o cimério agora interpretado por Jason Momoa fala mais só que diz somente frases baratas e não mostra a mesma força física e habilidades nas batalhas.
O roteiro escrito por Thomas Dean Donnelly e Joshua Oppenheimer parece quase amador, tenta apresentar uma história que de tão simples se torna confusa, com uma estrutura que parece um jogo de video game, com personagens mal desenvolvidos e os poucos dialógos são risíveis. O roteiro quase nulo não consegue aproveitar as qualidades da história original, a luta por vingança de Conan é resumida em algumas cabeças cortadas e a magia que sempre foi um dos atrativos dos quadrinhos é usada da pior maneira possível.
O diretor Marcus Nispel, especialista em fazer remakes ruins como as novas versões de Sexta-feira 13 e O Massacre da Serra Elétrica, mostra toda sua falta de capacidade como diretor, inclusive uma falta de criatividade para filmar cenas de ação, já que todas do filme são praticamente iguais.
Com um roteiro e direção ruins, o péssimo elenco passa quase despercebido, Momoa não faz mais do que o esperado para o papel, com o único diferencial de ter mais falas neste remake, não supera Schwarzenegger nas cenas de ação, principalmente pelo seu porte físico com estilo mais de lutador de artes marciais do que de um guerreiro cimério.
O resto do elenco é quase dispensável, Stephen Lang está péssimo como o vilão principal, parece repetir o mesmo papel de Avatar só que com uma roupa e um cabelo diferente. Rose McGowan é a que consegue se sair um pouco melhor como filha do vilão e feiticeira, apesar de seus poderes serem usado da pior maneira possível e com péssimos efeitos especiais. A pior de todas é Rachel Nichols que tenta viver uma mocinha moderna que sabe se defender, mas que no final sempre precisa da ajuda do seu herói.
Conan- O Bárbaro não consegue nem chegar perto de ser um razoável e aceitável filme de ação, são quase duas horas de muitas lutas repetitivas, nudez e sangue, mais um exemplo da atual falta de criatividade em Hollywood.