Depois do fracasso que foi Heroes é difícil de acreditar que uma série sobre um super-herói consiga dar certo, no ano passado tivemos na ABC a estreia de No Ordinary Family, que mostrou uma história bem razoável, mas mesmo assim conseguiu conquistar uma pequena parte do público. Agora a NBC, a mesma emissora de Heroes, tenta a sorte novamente com The Cape.
A série The Cape estreou esta semana nos EUA, com um episódio de 2 horas e aapós assistir aos dois episódios iniciais a conclusão é que The Cape é medíocre. Uma história risível, com um elenco sem carisma algum, um protagonista patético e para terminar efeitos especiais que parecem caseiros.
Na história Vince Farady (David Lyons, de E.R.), é um policial honesto e incorruptível em uma cidade dominada pelo crime organizado e por uma força policial extremamente corrupta, além de ser aterrorizada por um vilão chamado Chess (James Frain). O honesto policial é vítima de uma armação e acaba sendo dado como morto, mas ele sobrevive e é resgatado por uma trupe de um circo, que lhe ensina todos os truques para parecer que tem superpoderes. Ele resolve partir em busca de justiça, assumindo a identidade do herói em quadrinhos favorito de seu filho, The Cape.
Sou um fanático (nerd ao extremo) por super-heróis e histórias em quadrinhos, quem leu uma história da Marvel ou da DC, sabe que um herói não consegue conquistar o público da noite para o dia, ele precisa de tempo e muitas qualidades que consigam atrair os leitores. Se você cria um herói com uma história fraca, ele se transforma em uma piada, afinal não é fácil conseguir convencer o telespectador de que um homem normal usando uma fantasia ridícula conseguiria com uma simples capa, acabar com perigosos criminosos.
É exatamente isso que acontece com The Cape, a história não convence e com pouco mais de meia hora do episódio piloto, a série se torna engraçada de tão ridícula. O roteiro da série é um poço de erros, com furos absurdos. O principal deles é a morte de Farady, o personagem morre em uma grande explosão e sobrevive, mas todo mundo diz que ele está morto, mas em nenhum momento se fala sobre o corpo dele ter sido encontrado. Como uma pessoa morre e ninguém acha estranho que o corpo não foi encontrado!
A história que parece ter sido escrita por um principiante é didática demais em alguns momentos e em outros acontecem situações estranhas que ficam sem explicações. Para piorar ainda mais, roteiro usa e abusa de flashbacks e uma tentativa que não deu certo, de tentar separar a história em capítulos, algo que logo fica irritante diante das legendas explicativas demais.
A série consegue bater todos os recordes de defeitos juntos em uma mesma produção. O elenco é um dos piores já visto, o ator David Lyons não tem carisma algum e é um grande canastrão, tenta convencer no papel, mas acaba gerando risadas com suas caras e bocas.
O restante do elenco também é patético, não vou nem falar sobre os integrantes do circo, porque eles não são merecedores de comentários. James Frain interpreta um dos vilões mais sem graça que já vi, o ator vive dois personagens na série, Peter Fleming, o cara que quer controlar a polícia da cidade e na realidade é o vilão Chess. Para diferenciar os dois personagens, Frain tentou criar uma voz grossa que não engana a ninguém. Piora ainda é Ryan Wynott que vive o filho de Faraday, Trip, o personagem deveria ter a função de atrair a simpatia do público, mas o ator-mirim tem a expressividade de uma parede.
A última esperança para salvar o elenco era Summer Glau (sére The Sarah Connor Chronicles), que apesar da sua sensualidade e sua fama de musa dos nerds, também não consegue fazer nada de útil na série, graças ao seu péssimo personagem, uma espécie de hacker, blogueira e vigilante, que será a parceira do herói The Cape. No final, o único personagem que presta é o engraçado anão vivido por Martin Klebba.
Falando no herói principal, o tal de The Cape, após um curto treinamento no circo ele é capaz de usar a capa super poderosa para atacar qualquer um e fazer truques incríveis. O problema é que a tal capa é mágica demais, não dá para acreditar que um simples pano pode se transformar em uma grande arma, principalmente por causa dos pífios efeitos especiais, que tem cara de amador e não condizem com uma grande produção.
Não consegui entender em nenhum momento das sofríveis duas horas da estreia da série, o motivo que levou a NBC a acreditar que a série tinha o mínimo de chance de fazer sucesso. Se você não gosta de séries de super-heróis não perca seu tempo com The Cape e se você gosta também mantenha distância, afinal The Cape é uma afronta para os fãs de histórias em quadrinhos.
Destaque: Martin Klebba, o simpático ator é salvação no fraco elenco da série, consegue fazer o público rir como o anão machão da história.
Decepção: Tudo, é quase impossível gostar da série e é inacreditável que alguém da NBC tenha tido coragem de aprovar a exibição de The Cape.
Chance de Sucesso: Nenhuma, a série teve uma audiência mediana, atingindo 8,5 milhões de telespectadores e não conseguindo alcançar o primeiro lugar. The Cape deve ter uma vida curta e só por um milagre irá ganhar uma primeira temporada completa.
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