Star Crossed faz parte do pacote de novas séries do CW que nesta temporada investe em produções de ficção científica; começou com The Tomorrow People, agora Star Crossed e terá ainda em março a estreia de The 100. Star Crossed foi criada por Meredith Averill (The Good Wife) que apresenta uma ficção científica misturada com romance, seguindo o padrão já bem tradicional do canal americano.
A trama começa em 2014 quando no meio de uma noite caí na terra uma nave de uma raça alienígena chamada Atrians que chega ao nosso planeta em busca de refúgio depois que a terra natal deles é destruída. Os militares recebem literalmente a bala os alienígenas e uma pequena luta começa, onde acontecem perdas de ambos os lados; um garoto chamado Roman de apenas seis anos consegue fugir e se esconde na casa da pequena Emery que cuida do seu amiguinho alienígena que na manhã seguinte é pego pelos militares.
Os alienígenas que sobreviveram são presos e colocados em uma base especial por 10 anos; em uma maneira de integrar as duas raças o governo dos EUA decide dar oportunidade para sete adolescentes Atrians estudarem em uma escola comum ao lado dos humanos. No mesmo dia que os alienígenas chegam a escola, Emery (Aimee Teegarden, de Aim High) também retorna aos estudos depois de quatro anos afastada por causa de uma doença; durante todo este tempo Emery acreditava que Roman (Matt Lanter, de 90201) tinha sido morto pelos militares até reencontrá-lo na sua chegada a escola.
Nada melhor do que colocar tatuagens bizarras que deveriam servir como marcas para diferenciar alienígenas dos humanos; ainda mais tosco são os efeitos especiais que simulam uma sociedade moderna e super tecnológica; até aposto que os humanos roubaram essa tecnologia da neve dos alienígenas que ficou literalmente presa no chão. Nestes 10 anos cuidaram dos alienígenas e esqueceram de arranjar uma maneira de tirar a gigantesca nave no meio da cidade, um objeto que só aumenta o ódio dos humanos pelos invasores.
Daí em diante a trama segue o destino previsível; os alienígenas sofrem preconceito pelos humanos’; claro surge um adolescente problemático humano provocando os alienígenas. Paralelamente Emery começa a fazer amizades na escola; claro o garoto mais bonito e popular Lukas (Grey Damon, de Twisted) fica atraído para ela; o que provoca a ira de Taylor (Natalie Hall, de Pretty Little Liars), a então garota mais popular da escola; não esquecendo do sempre presente melhor amigo de Emery e alívio cômico Lukas (Titus Makin Jr., de Glee).
Emery é a típica garota inocente e quase santa; sempre preocupada com sua melhor amiga doente Jules e tentando ser amiga de todo mundo; já presa em um triângulo amoroso entre escolher o aluno popular e humano Lukas e sua paixão de infância e alienígena Roman. O alienígena é também o tipo justo que tenta entender melhor os humanos, protegendo também sua irmã alienígena. Filho do representante dos Atrians, um alienígena que acreditava que os jovens seriam aqueles que conseguiram fazer a integração entre as duas raças.
Para dar uma carga dramática ainda mais exagerada no final do episódio ao mesmo tempo que Roman salva a vida da melhor amiga de Emery usando seu sangue especial; seu pai é assassinado em um acidente por ninguém menos que o pai da própria Emery que trabalha na segurança dos alienígenas. A morte do alienígena será a desculpa para criar o amor impossível entre Emery e Roman e começar uma guerra entre humanos e alienígenas que vão partir em busca de vingança pela morte de seu representante.
Em um dos diálogos uma das alienígenas já tinha dado a pista de que os Atrians estavam cansados de viverem presos no local e querem colocar os humanos em seu lugar. Paralelamente o segredo sobre os verdadeiros poderes e o sangue dos alienígenas deve ser um tema recorrente já que foi deixado no ar que os humanos estudam os alienígenas; talvez este seja o motivo real dos visitantes não terem sido exterminados até agora.
Star Crossed lembra todos os acertos e defeitos de The Tomorrow People; ambas séries possuem premissas empolgantes e que na prática não funcionam e que também são prejudicadas pela péssima escolha do elenco; outra tradição das produções do CW. As duas crianças que aparecem no início do episódio como Emery e Roman fizeram as melhores atuações do piloto.
Difícil entender o que levou os produtores da série a escolher um casal de protagonistas formado por Aimee Teegarden e Matt Lanter; nada carismáticos e com atuações péssimas. Lanter foi escolhido pelos seus olhos verdes; agora a escolha de Aimee parece não ter explicação alguma. O restante do elenco é ainda mais decepcionante; o elenco jovem humano e o alienígena competem para ver quem passa mais despercebido.
Nesta história o elenco secundário não importa e sim o romance dos protagonistas. O romance dos protagonistas não funciona pela falta de capacidade de seus intérpretes de passarem emoções; diferente até do que acontece em Beauty and the Beast uma série que se segura exatamente pelo seu romance e mesmo tendo atores medianos em seu elenco.
Os produtores da série acreditam que podem, e infelizmente talvez consigam, enganar o público apenas mudando alguns detalhes da tradicional fórmula de série adolescentes do CW ; aqui a história é a mesma de sempre com o disfarce de ter um amor proibido entre um alienígena e uma humana. Star Crossed é mais uma decepção do CW neste ano depois de The Tomorrow People e Reign. As produções do canal parecem presas demais as mesmas fórmulas e esquecendo de apresentar algo que as diferencie.
Vai dar certo? Incerto, a audiência do episódio piloto foi muito boa e a repercussão nas redes sociais também. O CW já tem um público bem certo e sempre disposto a gostar este tipo de produção; sem contar que este seu público não é muito exigente.
Para quem gosta de…: romances, Beauty and The Beast, séries de ficção científica para adolescentes.
O TV Cinema e Música irá acompanhar? Não, não tenho preconceito algum contra séries adolescentes, tanto que algumas comento aqui no blog. Entretanto Star Crossed é um poço de clichês de outras séries do gênero e que não apresenta nada de novo.
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