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Crítica: Frankenstein – Entre Anjos e Demônios

I-Frankenstein-Body-WallpapersDesde que Mary Shelley escreveu em 1818 a clássica história de Frankenstein; o personagem foi retratado de diversas maneiras e agora chega em uma nova adaptação com a aventura Frankenstein – Entre Anjos e Demônios, a clássica criatura tem a mesma velha questão de sua busca por sua humanidade enquanto se vê meio de uma batalha entre demônios e gárgulas angelicais.

A trama começa exatamente após os eventos da obra original, Frankenstein (Aaron Eckhart) após matar a esposa de seu criador Viktor Frankenstein que por vingança o persegue, mas acaba morrendo congelado. Após enterrar seu criador; Frankenstein caminha pelo mundo e acaba descobrindo uma milenar guerra entre demônios e gárgulas, criaturas enviadas do céu para proteger a humanidade dos monstros infernais. Os demônios liderados por Naberius (Bill Nighy) querem Frankenstein e o livro de anotações de seu criador para colocarem em prática um terrível plano que pode acabar com a humanidade.

I-Frankenstein-Hollywood-Movie-2014O longa foi baseado na HQ criada pelo ator e roteirista Kevin Grevioux, responsável também pela franquia Anjos da Noite, as semelhanças entre as obras são claríssimas; seja na sua estrutura, personagens e elenco; além de também lembrar em sua história o fatídico Van Helsing (2004). Gevioux, tenta fazer com Frankenstein a reinvenção que fez com vampiros e lobisomens em Anjos da Noite; se esquecendo que a mesma fórmula nem sempre funciona duas vezes.

Grevioux também atua no filme e repete quase o mesmo papel de Anjos da Noite, como um guarda-costas de Naberius; que tem como intérprete Bill Nighy que deixa de ser o líder dos vampiros de Anjos da Noite e vira o líder dos demônios nesta versão.  Grevioux não pode ser o culpado maior pelo fracasso deste filme, o diretor e roteirista Stuart Beattie faz um trabalho preguiçoso e que não traz nada para o filme; parecendo realmente copiar tudo que já foi feito e acreditando que isso é o bastante. Ter um filme de aventura com bons efeitos especiais é algo obrigatório em Hollywood atualmente, apesar das cenas de batalhas e criaturas terem suas qualidades; não são nada perto da obviedade da história.

I-Frankenstein-01Aaron Eckhart, que é um excelente ator, tem o seu pior papel e atuação de sua carreira; seu perfil loiro e corpo definido não combinam em nenhum momento com o que seria um retrato de Frankenstein; algo que é disfarçado com cicatrizes que não diminuem a estranheza de ver um homem bonito fingindo ser uma criatura monstruosa. Apesar de seu talento Eckhart sempre interpretou personagens coadjuvantes e aqui tenta brilhar como protagonista de um pseudo blockbuster; acaba se assemelhando a Hugh Jackman em Van Helsing; ambos dois atores de primeiro escalão que desperdiçaram seus talentos e tempo em filmes esquecíveis e que serão pequenas manchas em suas carreiras.

Outra semelhança com Van Helsing é o objetivo que os demônios tentam através da experiência de Frankenstein; uma premissa praticamente igual de Drácula no filme estrelado por Jackman; até a cena de conclusão da história parece ter sido baseada até demais no filme sobre o caçador de vampiros. Se existe uma diferença primordial entre esta obra e Anjos da Noite e Van Helsing, é falta de um protagonista forte como Selena (Kate Beckinsale); o Frankenstein desta versão não têm atrativos; a velha questão da criatura que tenta encontrar sua humanidade aqui ganha um tom quase espiritual sobre alma; a questão filosófica da obra original torna-se uma tradicional história do homem que começa como vilão e torna-se o herói.

IFrankenstein_thumbLGComo parte da fórmula de um filme de ação é preciso ter um romance desta vez entre Frankenstein e a cientista Terra (Yvonne Strahovkis de Chuck e Dexter); uma história de amor que é forçada na trama e que não funciona; muito também pela falta de química entre os intérpretes dos personagens. A falta de coragem de querer fazer algo novo também é explicita ao colocar um amor entre criatura e um cientista, um clichê patético.

Frankenstein – Anjos e Demônios agradará aqueles que vão ao cinema com o único propósito de ver uma história de aventura comum e que será apagada da memória em poucos dias. O único legado do longa é a proeza de conseguir ter superado Van Helsing como pior filme que tentou reinventar uma das histórias mais clássicas da literatura de fantasia.

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Um comentário em “Crítica: Frankenstein – Entre Anjos e Demônios

  1. É uma proposta que realmente diverte, mas se você gosta de terror e suspense filme definitivamente não funciona, eu não gostei. No entanto, o filme me fez lembrar da série recém-lançado Penny Dreadful uma história que aborda as verdadeiras origens do outros clássicos como Frankenstein e Dorian Gray, eu recomendo muito.

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