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Crítica: Álbum de Família

Album de Familia-2Álbum de Família é a adaptação para o cinema da peça ganhadora do Tony, escrita por Tracy Letts (autor de Killer Joe e Bug) que também ganhou o Puiltzer pela obra. O drama familiar reúne um estrelado elenco para contar de forma teatral uma história devastadora e nada amena.

Tracy Letts é um escritor que não gosta de floreios e finais felizes; para o autor a vida se encontra envolta do caos; em álbum de Família, Letts cria uma história de fácil atração pelo público porque além de apresentar uma família totalmente disfuncional; faz isso com personagens reais e que vão sempre encontrar alguém que se identifique com eles.

A trama acompanha uma típica família do Meio-Oeste dos EUA; depois do desaparecimento de Bev (Sam Shepard); sua esposa Violet (Meryl Streep) pede ajuda de suas três filhas; Ivy (Julianne Nicholson); Barbara (Julia Roberts) e a caçula Karen (Julia Roberts) para encontrá-lo A reunião conta com os familiares de cada filha, além da irmã de Violet, Mattie (Margo Martindale) seu marido (Chris Cooper) e o seu filho (Benedict Cumberbatch). O reencontro desta problemática família segue o caminho esperado; começando com um jogo de provocações leve até chegar a uma crise que modificará cada integrante dela. Não faltam cenas de gritos; brigas e muitas lágrimas, tudo que se espera de uma reunião de um grupo de pessoas que estão unidas somente por serem da mesma família.

Album de Familia-3O diretor John Wells (A Grande Virada) preferiu trazer o estilo teatral para adaptação cinematográfica; propositalmente; estabelecer a trama quase o tempo todo em um cenário faz com que o roteiro seja bastate dialógico. Wells sabendo que tinha um estrelado elenco em mãos, fez o certo e deixou cada ator livre para explorar as nuances e limites de seus personagens.

O primeiro ato do filme se esconde em um humor sarcástico; onde todos se odeiam, mas ficam em um jogo de provocações que inicialmente parece banai;, mas conforme a família fica mais tempo junta e na mesma casa; as desavenças antigas retornam e então o caos prevalece. A trama se prende bastante nas personagens Violet (Streep) e Barbara (Julia Roberts); a primeira é uma mulher odiável, cruel e grosseira; a segunda é a filha mais velha e mais querida, porque como diz a personagem Meryl Streep os pais tem sim seus filhos prediletos.

Violet é uma mulher que leva a sinceridade a um novo limite; o vício em remédios e um passado triste, são desculpas para ela soltar tudo que sente e pensa das pessoas ao seu redor. Barbara é uma versão mais nova de sua própria mãe; tenta a qualquer custo fugir desta verdade inegável; tendo um casamento fracassado com um marido (Ewan McGregor) que a trocou por uma mulher mais jovem e uma filha (Abigail Breslin) com quem tem uma péssima relação. As atuações imponentes de Streep e Roberts lhe renderam indicações ao Oscar de Melhor Atriz e Atriz Coadjuvante; Streep é a uma deusa insuperável em cena; já Roberts faz sua melhor atuação desde Erin Brockovich.

Album de Familia-1Essa centralização em Violet e Barbara, faz com que os outros personagens e seus competentes intérpretes acabem tendo um espaço menor, mas mesmo assim conseguem desenvolver suas próprias histórias. O maior destaque é Benedict Cumberbatch como Little Charlie; um papel bem diferente em sua carreira; como um típico fracassado e perdido no mundo; o personagem é um poço de ingenuidade e sensibilidade rodeado por pessoas maléficas e rancorosas.

Uma pena que Álbum de Família se estende demais em sua duração e se perde em seu próprio drama ao criar situações que mais parecem novelas mexicanas; o último e longo ato do roteiro comete o equívoco de criar mais crises, tudo para dar o público mais conflitos intermináveis. Álbum de Família torna algo crível o velho ditado de que a família é uma instituição falida.

tres_e_meio

Um comentário em “Crítica: Álbum de Família

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