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Crítica: Sobrenatural: Capítulo 2

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Sobrenatural: Capítulo 2 assume desde a sua primeira cena ser uma continuação que tem o maior intuito de responder as muitas perguntas deixadas no primeiro primeiro e seguindo o padrão, preparar o público para a terceira parte. A sequência traz o retorno do diretor James Wan e do roteirista Leigh Whannell, dupla responsável pelo primeiro e melhor Jogos Mortais.

A boa introdução explica, através de um flashack, um pouco melhor o que aconteceu na infância de Josh (Patrick Wilson) e o seu poder de projeção astral; no qual seu espírito sai do seu corpo durante o sono e vê o mundo que existe além e às vezes pode trazer algo consigo quando retorna; poder que seu filho Dalton (Ty Simpkins) também possuí e que é o alicerce narrativo do primeiro filme.Feita a introdução, a trama recomeça poucas horas depois do primeiro capítulo; com toda a família tentando se recuperar de tudo que aconteceu e deixando a casa mal-assombrada e indo ficar na casa de sua avó Lorraine (Barba Hershey). Renai Lambert (Rose Byrne) ainda persiste na ideia de que algo estranho está acontecendo e que existe um fantasma perseguindo a família; algo que o incrédulo marido Josh não acredita, mas o próprio também começa a mostrar um comportamento estranho; além de ainda ser o suspeito por ter matado a médium Elise (Lin Shaye) no primeiro filme.

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Para não seguir uma trama igual a do primeiro filme; o roteirista Leigh Whannell divide o roteiro em duas linhas narrativas que vão ocasionalmente se cruzar. Na primeira, Renai tenta proteger os seus filhos de Josh que cada vez mais começa a ter reações assustadoras e não parecer ser o marido que connhece; na outra Lorraine, mãe de Josh, acredita em sua nora e vai pedir socorro para os dois ajudantes da falecida Elise; Specs (o próprio roteirista Leigh Whannell) e Tucker (Angus Sampson) que junto com o também médium Carl (Steve Coulter) vão em busca de informações sobre a entidade que está seguindo Josh e sua família.

O diretor e roteirista inspiraram-se no primeiro filme nos terrores dos anos 80, desde sua estética e por trazer uma trama ao estilo de Poltergeist; a sequência continua com essas duas marcas do anterior e abre um leque maior de inspirações, algumas beirando a cópia, como de Psicose e principalmente do clássico O Iluminado. Essa inspiração excessiva de algo já existente, diminui o valor da explicação para a velha vestida de preto que aparece no primeiro filme; uma pseudo reviravolta que chega a causar risos no público. A dupla sabota a sua própria obra ao diminuir o lado assustador do fantasma e transformá-lo em algo real demais.

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O único legado da sequência é o mesmo do primeiro filme, a certeza de que James Wan é um diretor diferenciado no gênero; sabe muitas vezes superar as limitações de orçamento e criar o medo não através de fantasmas e sim ter o timming de posicionar sua câmera no lugar e da maneira certa para criar o susto no espectador. Wan consagra-se ainda mais por ter dirigido o melhor filme do ano no gênero, Invocação do Mal; além de começar a caminhar em outros estilo ao assumir a direção de Velozes e Furiosos 7.

Sobrenatural: Capítulo 2: perde-se em seu terceiro ato ao exagerar nas explicações e ao sair demais do seu próprio estilo de linha narrativa; complicando uma trama que necessita ser simplista; tentando colocar o espectador para pensar, porém esquecendo que no seu próprio gênero, muitas vezes, tramas complexas acabam tendo o impacto de diminuir atenção do público que na sua maioria só quer levar aguns sustos e pronto. Sobrenatural: Capítulo 2 é bem menos assustador do que o primeiro filme; tendo mais tempo gasto no humor; a maioria vinda da dupla atrapalhada de caçadores de fantasmas; e também de cenas que deveriam causar sustos; mas pelo contexto e também pela precária produção tornam-se engraçadas diante de sua baixa qualidade.

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