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Série Nova: Almost Human – 1×01 e 02 – Pilot e Skin

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Produzida J.J. Abrams (Lost, Star Trek) e criada por Joel H. Wyman (Fringe), Almost Human estreou com dois satisfatórios episódios e parecendo ser uma excelente opção para os fãs de ficção científica.

A série se passa em 2048 onde a tecnologia evoluiu de forma incrível ao mesmo tempo que a criminalidade cresceu ainda mais; com isso é criado um programa no qual cada policial é obrigado a ter como parceiro um androide, chamados aqui de MX. A história começa com um flashback, onde o detetive John Kennex (Karl Urban, de Além da Escuridão – Star Trek) está em uma missão ao lado de outros policiais para derrubar um grupo criminoso chamado Insidicato, mas são surpreendidos pelos bandidos que de alguma maneira já esperavam os policiais. No meio do tiroteio, Kennex encontra eu parceiro humano gravemente ferido e tenta salvá-lo, decisão da qual o seu androide MX não concorda e o abandona no meio da ação. Como conclusão, os criminosos atacam uma bomba em Kennex que perde uma perna e seu parceiro acaba falecendo.

Por causa do ataque Kennex ficou 17 meses em coma, perdendo parcialmente sua memória e agora usa uma perna sintética, a qual odeia tanto quanto os androides. Kennex tenta retornar ao seu trabalho ao mesmo tempo que procurar uma maneira de descobrir quem foi o responsável por avisar os bandidos de que eles estavam chegando. Sua Capitã Sandra Maldonado (Lili Taylor, de Invocação para o Mal) manda ele trabalhar com um novo androide do modelo MX, do qual ele literalmente se livra o jogando pela porta de seu carro, uma cena bem engraçada do episódio.

Como é obrigatório trabalhar com um androide ao seu lado, Kennex tenta a sorte com um modelo ultrapassado, chamado DRN ou se preferir Dorian (Michael Ealy, de Common Law). O modelo de Dorian foi criado para tentar simular ao máximo as emoções humanas, o que não deu muito certo, por isso foi dispensado por ter problemas emocionais demais, tanto que são chamados de loucos.

O episódio piloto faz muito bem sua função de apresentar este universo bastante futurista e seus personagens; Kennex é o típico e clássico policial durão, com um grande trauma pela perda de seu parceiro e também por descobrir que sua namorada está envolvida com a organização criminosa, seu falecido pai também foi policial e por isso ele segue uma maneira mais antiga de agir em ação.

Dorian é um personagem que surpreendeu nos dois episódios, não esperava ter tão rapidamente uma empatia por este simpático androide; por ter a habilidade de sentir e passar emoções, parece muito uma criança que ainda aprende como controlar suas reações. Dorian tem seu lado impulsivo e de respeito a sua própria “raçã”, tema que foi usado e deve ser ainda mais aprofundado, colocando em questão como um robô capaz de sentir reage a um universo onde é tratado como uma mera máquina. Dorian também tem um lado peculiarmente engraçado, em ambos episódios foi um perfeito alívio cômico.

Tanto Urban como Ealy mostraram estar prontos para seus papéis; Urban já tem uma longa história em interpretar personagens como este, mostra ter sido a escolha perfeita para o papel. Assumo que tenho um pé atrás com Ealy que nunca me convenceu, mas como o androide Dorian soube utilizar seu marcante e bonito rosto para criar uma postura bastante interessante nos movimentos de seu rosto e corpo; além de mostrar um bom talento para o humor.

O elenco secundário éfoipouco aprofundado no sentindo de atuações, mas já é possível ter ideia dos seus papéis na trama; a Capitã Sandra (Taylor) é a chefe que cuida bem de seus funcionários e que preza pelo talento de Kennex e escolheu propositalmente Dorian para ele, porque na sua maneira de pensar ambos são especiais. A Detetive Stahl (a bela Minka Kelly, do remake de As Panteras) é o interesse romântico para Kennex, uma paixonite acontece entre os dois logo de cara e devem ficar neste clima até algo acontecer. O clássico detetive rabugento com Richard (Michael Irby de The Unid) que não gosta de Kennex e muito menos de Dorian; por último o nerd Rudy Lom (Mackenzie Cook, de Game of Thrones), responsável e especialista em androides, personagem muito carismático e que com seu lado geek trará humor para trama.

Logo de cara as duas maiores influências da série parecem ser Fringe e Eu, Robô; a primeira aparece bastante na parte visual que lembra o mundo futurista mostrado em Fringe; uma decisão proposital já que Almost Human foi criada por Wyman que trabalhou em Fringe e que já disse que iria homenagear sua antiga série nesta nova produção. Já Eu, Robô surge pelas semelhanças entre ambas as histórias, principalmente no episódio piloto, algumas cenas até parecem quase iguais; como quando Kennex joga o androide do carro e principalmente a cena de ação na delegacia.

O piloto também apresentou o inimigo principal da história, a organização criminosa Insidicato que por algum motivo tem um forte interesse em uma androide que está guardada dentro do arquivo de evidência; para recuperá-la até atacaram a delegacia, uma ótima cena de ação. Só que Kennex e os outros policias não sabem ainda o que os criminosos estavam em busca e nem suspeitam que a organização conseguiu colocar um androide deles dentro da delegacia para ser o seu espião.

O segundo episódio e se aprofundou mais em um caso da semana, enquanto também conta mais sobre os problemas desta sociedade futurista, como a prostituição robótica. Meesmo com essa nova opção, continua existindo, de maneira diferente, o tráfico de mulheres; neste caso da pele delas que eram retiradas e colocadas nas androides prostitutas para torna-las mais reais. Um tema complexo que foi bastante equilibrado com algumas boas cenas de ação e muito humor, a maior parte sobre Dorian tentando arrumar uma namorada para Kennex.

Almost Human inicialmente não prima pela inovação, pelo contrário, se baseia bastante em outros clássicos do seu gênero, além da já citada Fringe e Eu, Robô; é fácil perceber elementos de Minority Report, Blade Runner, Prometheus, Star Trek,  e claro Exterminador do Futuro, entre outros. Existe uma enorme diferença entre copiar e se inspirar, no caso de Almost Human é a segunda opção, os produtores souberam nestes dois episódios usar os elementos de todas essas obras e reuni-los em uma história que tem tudo para casar bem o gênero policial com ficção científica.

Vai dar certo? Provavelmente, uma boa história e elenco, ótimos efeitos especiais e elementos que devem atrair os fãs do gênero, tanto que a audiência da série foi muito boa.

Para quem gosta de…: sci-fi, Eu, Robô, Fringe, Blade Runner, Minority Reporter.

O TV Cinema e Música irá acompanhar? Sim! Desde que li pela primeira vez sobre Almost Human tinha certeza que iria adorar a série e agora isso virou realidade.

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