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Crítica: Jogos Vorazes – Em Chamas

Jogos Vorazes - Em Chamas - 1

A adaptação para o cinema da franquia literária Jogos Vorazes, baseada na obra de Suzanne Collins, estreou em uma época curiosa, onde os estúdios disputam para saber qual será o próximo sucesso para o público adolescente, entende-se como também um novo Crepúsculo. Se o primeiro filme já não deixava dúvidas de que se tratava de uma franquia bastante além de outras para este público; o segundo filme, Em Chamas, a consolida como uma história que precisa ser muito elogiada por ser uma franquia que consegue reunir elementos de sucesso para o seu público-alvo, como ir além e faz uma crítica profunda a história mundial.

Na sequência, Katniss (Jennifer Lawrence, explêndida) e Peeta (Josh Hutcherson, bastante seguro) convivem com o ato histórico de terem sido os vencedores da última edição dos Jogos Vorazes. Obrigados a fazerem uma turnê pelos 12 distritos até a Capital e é quando descobrem o efeito que a vitória deles causou na sociedade; um tom de rebeldia surge com o ato de Katniss, que torna-se um exemplo de esperança para uma revolução em uma sociedade até então controlada pelo presidente Snow (Donald Sutherland, vilão perfeito), algo que ele não pode deixar acontecer.

Jogos Vorazes - Em Chamas - 2

Katniss é uma protagonista atípica, não quer ser uma heroína e nem uma líder revolucionária, sua única preocupação é o bem-estar de seus familiares e de seu amado Gale (Liam Hemsworth, o mais fraco do elenco); a ponto de aceitar um falso romance com Peeta somente para alegrar o povo e assim evitar que algo aconteça com sua família pelas mãos do maléfico Snow. Katniss aos poucos começa a ter noção do seu papel em uma sociedade que viu nela a esperança o impulso que faltava para se rebelar contra um sistema ditatorial e injusto, entende que talvez não possa ficar distante desta situação.

Do lado do governo, Snow começa a perceber que a vitória de Katniss deixou uma marca difícil de ser apagada e começa a ter um comportamento ainda mais ditatorial, uma avaliação interessante de como homens que chegam ao poder através da violência, só conseguem ver nela a solução para manter o controle de seu povo. Snow tem agora o auxílio do novo Idealizador dos jogos, Plutarch (Philip Seymour Hoffman, atuação perfeita) que decide celebrar o 75º Jogos Vorazes de uma maneira diferente ao convocar apenas os vencedores das últimas edições;  porque como não pode, matar com as próprias mãos Katniss, correndo o risco de transformá-la em um mártir, os novos Jogos apresentam uma distração para a controlar a revolta popular e a solução perfeita para acabar com Katniss.

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Colocar na continuação novamente os Jogos poderia parecer repetir a mesma fórmula, o que de forma alguma acontece. Os novos Jogos Vorazes são melhores em tudo do que o anterior, seja na parte técinca da produção, pela violência, dificuldades e como também em seus participantes; os quais se destacam Finnick Odair (Sam Claflin) importante personagem para o futuro da franquia e principalmente a nervosa Johanna Mason (Jena Malone), personagem carismática em sua postura rebelde. O vasto elenco ainda tem outros personagens que engrandecem a história; como a equipe de Katniss e Peeta; o adorável Haymitch Woody Harrelson) e a afetada e fofa Effie (Elizabeth Banks, muito mais solta no papel); acrescente também o apresentador dos jogos Caesar Flickerman (Stanley Tucci) divertidissímo em sua exagerada atuação.

Analisar e pensar em Jogos Vorazes somente pelo triângulo amoroso da história seria desperdiçar a profundidade da obra de Collins; a autora usa este romance como o princípio de uma trama que se passa no seu futuro próprio, mas se compara ao passado da nossa história; os jogos em si lembram muito as arenas romanas; além da opressão das ditaduras, e ao presente; com as obsessão pela imagem e a perigosa mania dos reality shows, aqui levada a um novo extremo.

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Com um ótimo texto em mãos, o diretor Francis Lawrence faz uma direção superior a de Gary Ross no primeiro, transformando a franquia ainda mais em um blockbuster com seus próprios diferenciais e atrativa para todas as idades, algo cada vez mais raro no cinema atual. Lawrence conseguiu equilibrar muito bem os dois universos e elementos que tornam essa franquia tão conquistadora; para os jovens, o triângulo amoroso e para os adultos o fundo social da trama; conseguindo sempre trabalhar com estes dois lados no tom certo e de forma conexa, onde um precisa do outro. Diretor que deixa um final espetacular e aberto, sabendo que irá retornar para a parte do final do filme, intitulada perfeitamente de Esperança, e que adaptará o último livro em duas partes no cinema.

Ao assistir ao filme em uma sala de cinema lotada de adolescentes, a maioria meninas, é fácil perceber que esse tom de crítica social passa muitas vezes passa sem fazer o seu efeito neste público, mas preocupado no lado romântico do triângulo amoroso da história. Este tom social obviamente irá agradar mais o público adulto, prefiro ser otimista de que pelo menos algumas destas mensagens de crítica social consigam chegar pelo menos ao subconsciente do seu público-alvo para serem desenvolvidas ao poucos, nem que para isso seja necessário o tempo e a maturidade para percebê-las.

quatro_e_meio

2 comentários em “Crítica: Jogos Vorazes – Em Chamas

  1. Simplesmente maravilhoso!! O filme agrada muito os fãs dos livros e consegue cativar com maestria oa que nunca leram a trilogia!! Lawrence perfeita! Os coadjuvantes são INCRÍVEIS tbm ! Não deixando nada a desejar! Adaptação que fez juz e elenco brilhante! *-*

  2. […] de 2015. Excelente reforço e não vejo a hora de ver a terceira parte da franquia, já que a segunda foi […]

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