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Crítica: É o Fim

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Em uma das primeiras cenas de É o Fim, um paparazzi ri da carreira de Seth Rogen e pergunta quando ele irá atuar de verdade, é neste estilo que Rogen e Evan Goldberg, roteiristas de Supebad, Segurando as Pontas, assinam o roteiro e dirigem a comédia que faz uma sátira a Hollywood e a filmes sobre o fim do mundo.

Rogen e Goldberg conseguiram escalar um enorme elenco de atores de bastante popularidade para interpretarem versões exageradas e alguns bem diferentes de si mesmo. A trama começa quando Rogen recebe a visita de Jay Baruchel (O Aprendiz de Feiticeiro), ator canadense que não gosta muito de Los Angeles e sua Hollywood. Rogen convence Jay a ir em uma festa na nova casa James Franco, recheada de drogas, com muita maconha, e pessoas famosas. Baruchel não gosta de Hollywood e o estilo de vida de seus artistas, a versão de si mesmo neste filme muitas vezes tem o aspecto de ser a visão realista sobre a vida do local e de seus atores famosos e milionários. O melhor de É o Fim se vê nesta cena onde a comédia faz uma engraçada sátira sobre Hollywood, muito ao quebrar certos estereótipos de atores conhecidos. A festa revela um Michael Cera bem diferente de seus filmes, a imagem de bom garoto é destruída e aqui vira um viciado em cocaína e tarado, que assedia a cantora Rihanna. Essa parte chama a atenção como um desafio para tentar encontrar todos os rostos famosos que estão na festa, como Jason Hill, Jason Segel, Craig Robinson, Mindy Kailing, Aziz Ansai e Emma Watson.

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Essa parte do longa é logo cortada para entrar a sátira a filmes sobre o fim do mundo, quando a festa é interrompida por um enorme terremoto que mata muitos atores e atrizes, além de uma estranha luz que chega do céu e captura as pessoas, concluindo com uma total destruição de Hollywood. Rogen, Baruchel, Craig Robinson, Johah Hill, o dono da casa James Franco, e não muito bem-vindo Danny McBride, agora estão presos dentro da casa e precisam encontrar uma maneira de sobreviver até tudo voltar ao normal, já que na visão deles os atores de Hollywood serão os primeiros a serem resgatados pelo governo, devido a importância deles.

Os cinco atores com uma enorme liberdade para improvisos aproveitam para rir de si mesmos e da visão que o público tem deles. Rogen assume o erro cometido com O Besouro Verde, escrito pelos roteiristas deste longa; Hill está ótimo ao rir da sua carreira de ator de comédias que começa a ser levado mais sério por causa de uma indicação ao Oscar; James Franco acaba com sua imagem de boa pessoa, ao fazer uma versão prepotente e egocêntrica de si mesma, que quase se considera um Deus; McBride usa de um humor sem limites e é o que melhor mistura realidade e ficção, sendo difícil dizer em qual parte está ou não sendo ele mesmo; as decepções ficam por Baruchel, um protagonista com perfil de coadjuvante e um sem graça Craig Robinson.

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O roteiro de Rogen e Goldberg segue quase uma fórmula televisiva de colocar uma reunião de esquetes, aqui em uma em uma ordem sem nexo, utilizando ao limite o humor nonsense e muito voltado para o público masculino, Esse tipo de proposta de esquetes muitas vezes não dá certo em séries de meia hora, risco que aumenta ainda mais em um filme com mais de 90 minutos, assim algumas funcionam melhores do que outras. Com cinco atores reunidos e sem nada para fazer, com pouca comida e recheados de muitas drogas, eles aproveitam até para fazer uma uma continuação caseira da hilária comédia Segurando as Pontas, uma das cenas mais engraçadas de todo o filme. Outra esquete da trama que dá certo e é hilária envolve a a atriz Emma Watson, aqui desapegada a sua imagem de mulher perfeita. As que não dão certo na maioria envolve piadas escatológicas sobre fezes, espermas e outros assuntos do gênero.

O humor e a ideia de colocar atores conhecidos trancados tentando sobreviver consegue se manter até metade do seu segundo ato, quando a trama caí muito de nível e as mesmas piadas começam a ser repetidas, além de situações que deveriam fazer rir pela sua falta total lógica, mas por serem absurdas demais perdem a graça. Rogen e Goldberg criaram uma história para reunir seus amigos e se divertirem ao fazer um filme, sem pressão de produtores e estúdio. Realmente parecem ter usado muita maconha para criar essa maluca história, com uma conclusão absurda, com uma visão de que o fim do mundo pode ser algo bastante divertido.

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