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Homeland – 3×01 – Tin Man Is Down (Season Premiere)

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A estreia da terceira temporada de Homeland teve um episódio bastante estável e com um ritmo propositalmente calmo, tudo para preparar o público para a virada no último minuto que coloca a trama em uma nova perspectiva.

Dois meses se passaram desde o atentado que matou 219 pessoas e o governo dos EUA ainda busca por um culpado e muito antes de encontrar Brody, o objetivo maior parece acabar com a CIA, porém os homens no comando agência de inteligência não vão ser derrubados tão facilmente. O governo questiona até quando a agência pode realmente ajudar a defender o seu país, deixando os destroços do atentado intactos como uma espécie de ameaça a CIA e dizendo que eles não sairiam ilesos do que aconteceu.  CIA perdeu seu prestígio após o atentando e todos que trabalham na agência estão no meio de uma investigação que pode levar a agência para o seu fim. 

Onde está Brody? O protagonista não apareceu e neste momento não fez falta, diante dos instigantes enredos apresentados, como o envolvendo a própria família do personagem principal. Lana nunca foi uma garota comum, bastante problemática, a tentativa dela de suicídio não chegou a ser uma grande surpresa, a jovem é bastante apegada ao pai e ver a possível traição dele foi algo que a magoou bastante. Lana ficou nestes dois meses em uma clínica para se recuperar e agora volta ao falso conforto da sua ainda mais instável família, a jovem continua sendo uma adolescente bastante complicada, agora com um novo namorado que conheceu na clínica e trocando fotos sensuais pelo celular, este enredo pareceu desnecessário demais. O roteiro corre o risco de apresentar uma trama parecida demais com a da temporada passada, e que não agradou ninguém, com Lana tendo mais uma vez um namorado que só trará problemas para a sua vida. Preferia aprofundar a relação dela com a perda de seu pai e tendo que ajudar sua mãe a salvar a família, do que ficar voltado demais ao lado adolescente rebelde da personagem. Jessica precisa assumir as responsabilidades financeiras da família que foi totalmente abandonada pelo governo e ainda é perseguida pela imprensa. Jessica teve que recorrer ao auxílio de sua mãe que parece querer controlá-los e tem uma visão bem mais branda da dramática situação em que estão vivendo e que deve somente piorar ao longo da temporada.

Tanto o governo dos EUA como a CIA estão em busca da mesma coisa, um bode expiatório, um elo fraco que possa ser colocado como o principal culpado, para que assim o povo volte suas atenções para este alvo, conseguindo assim aliviar a pressão sobre o governo e a agência. Carrie sempre foi o elo mais fraco desta história, seu problema de saúde, seu amor cego por Brody e sua mania de agir muitas vezes sem pensar, sempre a colocaram como o alvo perfeito. Assim como na temporada anterior, Carrie cavou a sua própria cova ao falar na frente do congresso que não acreditava que Brody era o culpado e depois voltou atrás da mesma polêmica declaração. Sem Brody, Carrie começa a entrar no fundo do poço ao desistir novamente de seus remédios e acreditar que eles foram os culpados por ela não ter previsto o ataque terrorista, e não a própria ter ficado mais preocupada com seu amor por Brody do que com seu trabalho. Carrie voltou a velha rotina de anotações malucas, bebendo novamente e transando com estranhos.

Coube a Saul, agora com Estes morto, assumir o papel de defensor da CIA e fazer algo para salvar a agência, sendo que o próprio não consegue nem mesmo resolver os problemas no seu matrimônio. Saul conseguiu matar seis envolvidos no atentado, com ajuda de Quinn, que fez de tudo para matar somente os vilões e poupar uma criança, mas acabou sem querer matando o jovem com um tiro na cabeça, uma cena forte e começo acreditar que este personagem será essencial nesta temporada, já que vejo somente nele um senso de ética. Por mais que Dar Adal negue sua participação no vazamento do acordo de imunidade da CIA com Brody e depois de uma agente ter um caso com o agora terrorista, acredito que Adal esteja por de trás disso tudo e sem Saul perceber, começa a controlá-lo e colocar ideias em sua cabeça.

O destino de Carrie foi traçado no momento em que ela em mais uma atitude instável invadiu o almoço de Saul e o acusou de ter vazado a notícia de que uma agente teria um relacionamento sexual com Brody. O depoimento de Saul era bastante aguardado e pela tensão da cena esperava que algo grande iria acontecer e até cheguei a suspeitar que o próprio assumiria uma certa culpa por tudo que aconteceu, porém após ver o sarcasmo do representante do governo sobre a missão bem-sucedida comandada por Saul, percebei que foi neste momento foi que o personagem tomou a decisão mais difícil e menos esperada. Saul decidiu usar Carrie como o perfeito bode expiatório, foi direto e reto ao revelar na frente de todos os problemas pessoais dela e tentar jogar toda a culpa do que aconteceu nela. Carrie viu às lágrimas ser traída pela última pessoa em que confiava e que a jogou contra um país inteiro.

Assim como no final da temporada passada, Homeland vira o jogo e coloca velhos amigos agora como inimigos, onde ninguém é confiável. Homeland não é uma série que conquista pelos seus episódios com ritmo acelerado e sim na dubiedade de seus excelentes personagens.

quatro

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