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The Newsroom – 2×02 – The Genoa Tip

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No segundo episódio de The Newsroom é mais que correto dizer que a série mudou de sua proposta original e tenta seguir um caminho inverso, o que na minha opinião é uma triste notícia. Aaron Sorkin agora segue a narrativa de que as histórias de seus personagens ficam em primeiro lugar e como a vida deles afeta a vida da redação. As notícias e discurso tão forte no ano anterior ficou menor e agora os assuntos ou melhor os fatos abordados simplesmente são usados no contexto. Como jornalista fico triste que Aaron tomou essa atitude e cedeu a pressão popular daqueles que não entenderam que The Newsroom nunca foi uma série igual às outras, mas os telespectadores preferem e estão acostumados as séries centradas em seus personagens e seus arcos dramáticos e isso é a nova cara de The Newsroom. A única boa parte é que Sorkin sabe escrever bem as histórias de seus personagens e torná-los atraentes, além de ainda deixar meio escondido seu discurso contra a atual política dos EUA.

Wiill neste início de ano é quase um coadjuvante onde todas as tramas giram ao seu redor, mas sem muito da sua participação, muito porque o jornalista ainda está abalado por ter sido tirado da cobertura dos 10 anos do 11 de setembro que agora foi revelado a importância que o triste ataque terrorista foi essencial para sua carreira e para os primeiros passos dele para torna-se um âncora. A maneira que isso foi contado foi bem forçado e com uma coincidência demais de Will passando bem na hora que os dois técnicos estavam assistindo a cobertura dele no 11 de setembro, esse fato poderia ter sido contado de uma maneira mais lógica na trama. Will ainda foi procurar na internet o que as pessoas estavam falando dele e percebeu o quanto ódio ele citou nelas ao fazer a comparação do Tea Party e do Talibã. O medo de ter a imagem do canal e a dele manchada ainda mais fez ele ficar bem menos ousado como no caso de Don que queria dar um espaço maior para o caso de Troy Davis um homem que foi injustamente acusado de ter matado um policial e foi sentenciado a pena de morte, a última chance dele ser perdoado pelo crime acabou sendo rejeitada e foi executado. Don queria dar uma cobertura grande para o evento e até ao saber das acusações de que um dos juristas teria sido alvo de um lobista, mas o medo de Will e de todos de acusarem sem terem provas concretas o levaram a não comentar o caso, para a tristeza de Don.

O arco cômico e dramático onde The Newsroom revela seu lado novela e que por isso deve agradar o público ficou em mais um capítulo dos problemas de relacionamento de Maggie. Acredito que poucos vão entender o sarcasmo do texto na cena de Maggie e Sloan indo pedir para a garota tirar do youtube o vídeo dela antes que Lisa descobrisse. Tudo nesta cena foi de puro sarcasmo e diria uma sátira de Sex and the City, onde a tal garota do vídeo era apaixonada pela série e a cena delas na lavanderia parecia uma típica cena de Sex and the City. A mudança radical de Maggie no começo do episódio anterior começou mesmo neste com ela sendo rejeitada cada vez mais por Jim que já começa a flertar com a outra jornalista que está cobrindo a campanha do governador e está na cara que algo irá acontecer entre eles. Maggie ainda levou um enorme fora de Lisa que conseguiu descobrir no final o vídeo e deu uma lição de moral que colocou Maggie no chão e calada. O resultado disso é que Maggie percebeu que precisa dar uma reviravolta em sua vida e sair destes problemas, muito por isso ela teve a maluca ideia de ir com Neal para África, exatamente em Uganda, muito para fugir dos seus sentimentos por Jim. No meio deste romance está Sloan que ajudou Maggie e também conversou com Don, Sloan parece querer ficar mais na dela esperando o momento certo de tentar uma nova aproximação com Don.

Se o jornalismo está ficando em segundo plano, pelo menos estou gostando bastante da maneira que estão cobrindo o crescimento do movimento Occupy Wall Street, Mackenzie tirando sarro de Neal pela sua esperança de que algo sairá desta história e depois ele sendo preso, acabando sendo salvo por Will que retornou aos seus tempos de advogado e teve uma espécie de desabafo na delegacia, algo que o policial ficou sem entender absolutamente nada. Curioso para ver a cara de sem graça de Mackenzie quando o movimento estourar e Neal ter provado que estava certo desde o começo. Além desta cena na delegacia o velho WIll começou a acordar e se levantar da decepção sobre a cobertura do 11 de setembro, tanto que mudou de opinião sobre a cobertura da morte do terrorista norte-americano Anwar al-Awkali e exigir uma declaração sobre o que aconteceu neste fato que até hoje é alvo de grande polêmica nos EUA.

McKenzie continua sendo a mesma exagerada e sempre revoltada com Will a ponto de jogar um copo de bebida no colo dele pela falta de ação da parte dele, porém fez isso bem depois que Will já tinha tomado a decisão de cobrir a morte de terrorista, a jornalista continua na sua enorme série de erros de julgamento. O maior erro de McKenzie e de toda equipe está por vir com o caso Genoa que agora ganhou mais respeito da parte dela diante de um sargento assumir o fato de que em uma operação de extração os militares teriam usado gás sarin e matando civis, fato que como visto no começo da temporada será negado e trará grandes problemas para todos da redação.

Vale lembrar que Aaron Sorkin prometeu que a série irá ter uma grande mudança a partir do terceiro episódio que foi filmado duas vezes por causa destas críticas a série e é segundo o roteirista o início de uma nova fase em The Newsroom.

3star

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