Diferente de quase todo mundo não vi tantos problemas e motivos para tantas críticas para a primeira temporada de The Newsroom, que considerei mais que perfeita, mesmo assim é inegável que o seu criador Aaron Sorkin ouviu e entendeu as opiniões contrárias a sua criação e já nesta estreia da segunda temporada já mostrou que a série irá mudar e para melhor. O humor ganhou um tom mais inteligente, os dramas pessoais ficaram mais reais e menos exagerados e principalmente o jornalismo, assunto tão importante na trama, tem agora um tom mais sério e menos sonhador como na temporada anterior. Sorkin parece querer tornar sua série mais real e verdadeira, mas felizmente sem perder as suas e muitas qualidades já mostradas na sua temporada de estreia. A primeira mudança foi logo de cara na apresentação que ficou mais simples e agora centrada nos detalhes pequenos, o toque do copo caindo com café foi uma sacada esperta para ressaltar essas mudanças na série. Agora a trama se passa entre 2011 e 2012 e usa um enredo que será contado através de um flashback foi uma opção que mostrou ser certa para assim criar uma expectativa para o público entender melhor o motivo da chegada dos advogados, o tal caso Genoa e claro o que aconteceu Maggie para ter essa mudança radical. O caso Genoa que aparentemente é fictício, mas foi baseado em uma história real conhecida como Operation Tailwind em 1998 quando a CNN também divulgou uma notícia que provou ser falsa.
O nosso querido âncora Will voltou agora reestabelecido mentalmente, mais ainda sarcástico, suas piadas contra a advogada foram ótimas, ele cantando a música da Rebeca Black foi uma piada genial para rir do tema tão popular em 2011. A maior questão agora com Will foi ele ter sido afastado da cobertura do 11 de setembro, uma consequência do discurso dele ao comparar o Tea Party com o Talibã, uma opinião que está mexendo com a vida de todos os empregados da emissora, incluindo o alto escalão com Leona e Reese. Charlie não teve outra opção se não afastar o seu âncora da cobertura dos dez anos do atentando, já que Will não está com uma boa fama com o público e com os políticos em geral, uma mudança para o comportamento de Charlie com Will que merecia ter alguma espécie de punição pelos seus atos. Gostei de ver Will tentando se segurar e fingir que não estava nem aí por ter sido tirado da cobertura, mas no fundo estava muito mexido e um exemplo disso foi quando ficou calado com o especialista falando sem parar sobre os gastos dos americanos contra os terroristas, o medo de dizer algo errado fez ele travar e deixar tudo ir para uma discussão ainda pior. Como sempre Mackenzie percebeu que tinha algo errado com Will, esse vai e vem entre eles está longe de acabar e rendeu ótimas cenas como ela dando uma bronca nele por não ter falado nada na hora do debate ou a cena deles no bar discutindo a música do The Who. Uma das maiores qualidades desta série é essa dupla tanto quando estão juntos como separados.
Como foi dito no começo do episódio todo o drama do caso Genoa aconteceu por uma série de atos, erros e coincidências, mas no final a verdade é que a vida pessoal dos jornalistas afetou o programa e isso ocasionou neste erro. Com Jim não conseguindo ficar mais perto de Maggie e vendo ela toda feliz com Don, acabou aceitando se rebaixar e ir cobrir no lugar do outro jornalista a campanha só para poder sair da redação e ficar longe de Maggie. No seu lugar entrou Jerry Dantena, um jornalista um pouco perfeccionista e que parece ter uma busca por aparecer e será através dele e a sua fonte que logo de cara já ficou visível que não era muito confiável que virá o tal caso Genoa que trará ainda mais problemas para a equipe de jornalista. Enquanto Jim foge de Maggie, ela vê o seu relacionamento com Don terminar mais uma vez após eles ver a gravação com ela falando tudo que sentia por Jim. Agora Maggie está sem Don e com Jim longe, esse deve ser o primeiro passo para a transformação que ela sofreu após a sua viagem para África, particularmente acho bom essas mudanças na personagem que precisa crescer tanto na história como na série e largar de ser essa menina sensível demais. Já Don vejo indo para o lado de Sloan, a conversa entre os dois sempre deixa a impressão de que eles podem ficar juntos. Vale elogiar Sloan que está funcionando ainda melhor neste início de temporada como alívio cômico, mas sem parecer forçada, pelo contrário, sua intérprete Olivia Munn está muito natural no papel. A conversa dela com Charlie foi um dos melhores momentos do episódio.
Por último, outro tema que estou muito ansioso para ver na trama é a pesquisa de Neal sobre o movimento Occupy Wall Street, uma oportunidade para o jornalista crescer na trama e mostrar o seu talento já que ele está devendo uma boa notícia. Acompanhar este movimento tão divisor para a política dos EUA desde o começo será um processo muito interessante e que trará a oportunidade de debater o tema através da trama da série.
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