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Switched At Birth – 2×15 – Ecce Mono

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O que aconteceria se os principais momentos da sua vida tivesse seguido o caminho oposto que tomaram? Você seria o mesmo que é hoje? Essas duas perguntas que quase todos nos já tivemos em nossas mentes foi o tema de um dos melhores episódios da história de Switched at Birth.

Um episódio que começou 13 anos atrás com Regina tomando a decisão de contar que descobriu que Daphne não era sua filha e os Kennish assim ficaram sabendo da troca. Nesta realidade paralela, John continua sendo o mesmo dono da verdade que tenta fazer o bem muitas vezes da maneira errada ao ter uma visão muito fechada e sem ver o todo. Assim John e Kathryn decidem não só pegarem Daphne de volta, mas também continuarem com Bay porque Regina com seus problemas com a bebida não seria capaz de cuidar dela, assim eles acabam com as duas crianças.

Essa separação de Daphne de sua até então mãe e Bay crescer sabendo que nada mais era do que a “coitada” que foi adotada por pena mudou quase totalmente o que nos conhecemos destas duas adoráveis personagens. Daphne, por pressão de John, fez a cirurgia e colocou o implante ocular, e tornou-se uma pessoa horrível, uma jovem mimada, fútil, infeliz e vazia. Quando Emmett fala que ela é surda também, Daphne faz questão dizer que não é surda, mas na hora que está envolvida em uma encrenca com seus pais usa de seu problema para comover John e ser perdoada por suas atitudes erradas. Uma menina fadada a ser infeliz que faz sexo com um garoto mais velho só por popularidade e que esconde suas tristezas em milhares de roupas em um enorme closet, sem falar quando Bay a questiona sobre a tal jaqueta que Daphne tanto queria e ela responde secamente “a jaqueta cura câncer”.

Apesar de terem crescido juntas, Daphne e Bay não se dão nada bem, pelo contrário. Bay permaneceu em sua alma nesta versão quase a mesma, uma jovem em busca de suas origens, só que nesta realidade por não ter tido contato com Regina, e sua família fazer de tudo para ela não ter relação com sua origem latina e viver ofuscada pela sua irmã, a jovem morena (odiei este cabelo dela) não acha o seu lugar, totalmente perdida e se sente uma excluída em sua própria casa e acredita que seus pais não gostam dela e ficaram com ela só por pena. Um toque perfeito ao colocarem Bay encontrando de qualquer maneira e sem querer com Emmett, um sinal de que os roteiristas acreditam também como o público que os dois estão destinados a ficarem juntos, não importa em qual realidade. Emmett foi o mesmo de sempre, apoiando Bay e a instigando a ser uma pessoa melhor, neste caso indo atrás de informações de sua mãe. Uma cena de cortar o coração com Bay e Daphne indo reencontrar com sua mãe, primeiro o contato com sua avó e para fazer todo mundo chorar a descoberta de que Regina tinha morrido e bem no dia do aniversário delas, uma opção que poderia ter virado algo dramático e exagerado, mas pelo contrário se encaixou com tudo que estava sendo tratado nesta realidade.

O casamento de John e Kathryn parece perfeito demais, com essa nova realidade pensei o quanto na verdade não é uma verdade isso, a relação deles muitas vezes enfrenta crise nas quais por causa de sua problemática rotina, acabam esquecendo deles e pensando somente em seus filhos. John muitas vezes é a voz da razão ao extremo e poucas vezes escuta sua esposa, a história no final ter tornando-se o senador e não Kathryn é aquele tipo de trama que passa despercebida, mas com essa realidade fiquei pensando o quanto Kathryn poderia ter ido se ela tivesse sido a escolhida e não seu marido. Nesta nova realidade, a falta de atenção, o exagero em sempre tomar a decisão final e não escutar os outros, levou o casamento deles ao fracasso, Kathryn agora senadora e escritora têm um caso com outro senador Chip que lhe dá atenção, a escuta e se preocupa com ela de verdade e lhe dá carinho, não apenas fica ao seu lado como um robô fazendo somente o que um marido comum tem que fazer.

Ao saber da triste morte de Regina, John pediu fracassadamente e sem sinceridade alguma desculpas para suas filhas, que não o perdoaram por ele ter afastado elas de Regina. John ainda teve a audácia de dizer em todo o seu egocentrismo que iria consertar isso, mas Kathyrn o fez perceber que ele não seria capaz de conseguir resolver tudo da sua maneira, nem sempre as coisas dão certo. Daphne percebeu que precisava mudar e foi atrás de sua avó, Bay foi atrás de seu amor Emmett e fugiu com ele, Kathryn provavelmente iria continuar o seu caso com o senador.

Já John acabou da maneira que merecia sozinho, um homem que tomou as atitudes errando por achar que sua maneira de pensar era a certa e na hora que mais precisava de alguém quando começou a passar mal na cozinha, não tinha ninguém ao seu lado e de forma metafórica o micro-ondas simbolizou o fim dele e a hora também de ele acordar e perceber que sem Regina, ele não teria uma nova oportunidade de tentar corrigir seus erros. Através deste sonho, John teve aparentemente teve uma epifania e acordou percebendo o quanto Regina é importante na vida dele, quem sabe agora ele consiga enxergar o valor dela para sua família e suas filhas. Os próximos episódios vão definir se John aprendeu uma dura lição ou se será o mesmo de sempre, espero que ele melhore torne-se uma pessoa melhor.

Os roteiristas de Switched at Birth conseguiram pegaram uma ideia comum e bastante usada em séries e até no cinema e transformá-la numa bela história, bem escrita e com uma sensibilidade rara de se ver atualmente, de não apenas uma trama de “se tivesse”, mas sim uma maneira para todos que assistem essa bela série repensarem sobre suas vidas.

P.S.: Katie Leclerc e Vanessa Marano esplêndidas, o talento delas como atrizes ainda mais em evidência neste episódio.

P.S. 1: Não importa a realidade, Toby continua sendo um personagem superflúo, se não tivesse conhecido a mala da Nikki na versão original ficaria ainda mais escondido na trama.

5star

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