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Luther – 3 – Episódio 1 – (Season Premiere)

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Foram dois anos entre o fim da segunda temporada e agora a estreia da terceira temporada de Luther, e a certeza é que mesmo se saudades foi enorme e espera foi longa, já valeu muito a pena com essa arrebatadora estreia deste novo ano da série. A qualidade técnica continua um primor, o elenco ganhou reforços de bons atores e Idris Elba perfeito como protagonista. Como aconteceu nas duas temporadas anteriores, o que chama mais atenção em Luther é o seu texto de uma rara qualidade com tramas bem desenvolvidas e casos que mesmo quando seguem um caminho comum são superiores a quase todos do gênero nas séries estadunidenses.

O terceiro ano parece ser a volta de todos os fantasmas de Luther (Idris Elba) que agora pagará pelos seus excessos cometidos e sua postura muitas vezes errada de acreditar que pode fazer de tudo para resolver os casos. “A sorte dele mudou no dia que ouvi o nome dele”, essa marcante frase foi dita pelo novo personagem George Stark que acredita que Luther precisa pagar pelo que fez e que o policial no fundo é culpado por todas as pessoas que morreram ao seu lado. Stark foi tirado da aposentadoria pela corregedoria com único objetivo de encontrar uma maneira de colocar Luther atrás das grades. Stark já começou seu plano escalando para trabalhar ao seu lado a policial Gray que tem um passado problemático com Luther, a quem ela nunca gostou e sempre quis dizer que nunca seria igual, uma dupla perigosa de inimigos para Luther. Através de Gray, Stark obrigou o inocente Ripley a trabalhar ao lado deles, a cena do jovem policial sendo agredido fisicamente e verbalmente por Stark, com Gray sem fazer nada, foi só uma amostra de tudo que Ripley passará ao trabalhar ao lado destes dois.

Porém Luther não tem ainda a mínima noção de que seu parceiro está com uma escuta e o traindo, muito pela esperteza de Gray que preferiu fingir ter um caso com Ripley do que o policial investigado descobrir a verdade. Luther teve que se dividir entre dois casos, sendo que o menos importante foi mandado por alguém especialmente para ele, como explicou o Schenk que se não sabe da investigação sobre o seu amigo de profissão, pelo menos já desconfia de algo. O caso mandado para Luther é na verdade um teste de Stark para conseguir obter provas de que o policial usa métodos errados e merece ser preso, e para isso terá ajuda de Ripley que precisa cooperar com eles ou será acusado de ser cúmplice de Luther.

O caso em si era propositalmente comum, envolvendo uma vítima chamada Jared, um cyber ativista que na verdade era um clássico troll da internet e que passava os seus dias trancado em sua residência destruindo a vida das pessoas através de seu computador. Luther quase deu o que Stark queria quando interrogou o garoto da pior maneira possível e o ameaçando jogar pela vão do prédio, a cena mais tensa do episódio já que por pouco o ato não foi flagrado pela Gray, mas não foi desta vez que eles conseguiram algo contra o protagonista. O mais chamativo no caso foi o seu culpado, se é que pode ser chamado assim, um pai que perdeu sua filha quando criança e se não bastasse o trauma, foi vítima de cyber buling pelo homem morto no início do episódio e depois de muito tempo sendo vítima, decidiu matá-lo. Luther com seu sentido de justiça percebeu na hora que o pai era o culpado, a cena dos dois sentados na cozinha com o homem chorando sem parar foi de cortar o coração e o lado heroico de Luther veio a tona que sabia que no fundo o pai tinha razão pelo crime cometido.

O ingênuo do Ripley entrou no jogo de Stark e Gray e começa também acreditar que Luther segue o seu próprio código de conduta e não é um bom policial, por isso o pressionou para prender o pai pela morte do hacker e quando tinha a prova final que iria incriminá-lo com as digitais fez um último teste com Luther ao contar que o pai deveria ser preso. Luther tomou mais uma de suas atitudes na qual faz oque considera ser certo e por isso deu um pequeno aviso para o pai sobre as digitais, porém não acredito que Luther esperava que o homem chegaria na consequência de cortar os próprios dedos no liquidificador para não ser acusado pelo crime, uma atitude exagerada de um homem que só queria justiça pela honra de sua falecida filha. O aviso de Luther para o pai foi a gota da água para Ripley que perdeu a paciência com seu parceiro e foi para cima dele, Luther ficou sem entender o porquê de tanto ódio sobre ele. O resultado disso é que agora Ripley acredita também que Luther precisa ser parado e irá mais do que nunca trabalhar ao lado de Stark para isso, Luther ganhou um novo e inesperado inimigo que preferiu infelizmente ver tudo pelo lado burocrático de ser policial e não pelo de um humano de verdade.

Luther está mais preocupado em resolver um complexo e pelo jeito longo caso envolvendo um assassino fetichista que está copiando o método de outro serial killer dos anos 80, como o rosto dele já foi mostrado tudo leva a crer que seja um imitador ou alguém ligado com o assassino original. Este caso apesar de ter recebido pouco espaço na trama parece ter um potencial para ser um dos melhores da série, já que este novo serial killer dá sinais de ser bem esperto. O assassino fetichista começa a repetir os crimes do passado e já mostrou sua crueldade na terrível cena dele matando o homem no final do episódio, uma imagem fortíssima.

Se na vida profissional Luther caminha para o fim, no amor parece que o policial pode ter uma nova chance ao conhecer durante um acidente de trânsito Mary Day (Sienna Guillory, perdendo toda sua beleza da juventudade) que como quase todas as mulheres caiu no charme do protagonista e um romance surge com um grande potencial, mas conhecendo o passado triste de Luther, nunca é bom ter esperança de que ele será feliz no final.

A terceira temporada de Luther terá mais três episódios e tudo leva a crer que teremos um ano curto, porém mais uma vez marcante.

4star

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