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Crítica: Uma Ladra sem Limites

Identity Thief

Jason Bateman apesar de ser um nome conhecido pelo público e respeitado pela crítica, virou um especialista em ser o famoso coadjuvante competente em filmes de comédias, o alicerce para outros atores mais conhecidos, nem sempre, do gênero, foi assim em quase todos os seus filmes desde Encontro de Casais, passando por Quero Matar Meu Chefe e até Eu Queria Ter a Sua Vida, onde teve que dividir espaço (?) com o galã Ryan Reynolds, quase sempre interpretando o mesmo papel de o homem certinho e mal-humorado. O ator retorna ao mesmo papel e mesma função em Uma Ladra Sem Limites, onde desta vez é a sombra de Melissa McCcarthy que com o sucesso de sua participação em Missão Madrinha de Casamento e pela boa base de fãs que conquistou na série Mike & Molly, agora tem a oportunidade de participar de uma comédia onde ela é a grande estrela.

McCarthy é Diana, uma vigarista que vive de dar golpes roubando dados pessoais para criar falsos cartões de créditos. A sua nova vítima é Sandy Patterson (Jason Bateman), um executivo, pai de duas filhas e casado com uma mulher que está esperando o terceiro filho deles. Sendo o mais idiota possível Sandy caí perfeitamente no golpe de Diana e passa todos os seus dados e assim a ladra aproveita o nome feminino de sua vítima para comprar tudo que deseja. Após descobrir o golpe, o verdadeiro Sandy precisa encontra a mulher que roubou sua identidade para provar sua inocência.

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A fatídica trama escrita por Craig Mazin (Se Beber, Não Case! -Parte 2) segue então para o gênero road movie, no mesmo estilo de Um Parto de Viagem, com duas pessoas de personalidades totalmente diferentes e que normalmente nunca conseguiriam conviver entre si e que são obrigadas a pegar a estrada. Para não tentar seguir totalmente o padrão do estilo o roteiro tenta sem sucesso acrescentar outros personagens, que são puros clichês, que tem o mesmo objetivo que Sandy de capturar Diana, com um caçador de recompensas (Robert Patrick), o caipira valentão, e uma dupla de bandidos (Genesis Rdoriguez e T.I.), a latina nervosa e negro perigoso, com quem a personagem principal tem uma dívida. Personagens secundários que não trazem nada para a trama e só servem como as desculpas para as cenas de ação na parte final.

O roteiro é um exagero de clichês que usa e abusa do humor físico, com cenas dos personagens principais se batendo ou então sendo vítimas de violência pelos coadjuvantes ou fatores externos, cenas que no lugar de fazer rirem na verdade constrangem. O diretor Seth Gordon, que tinha trabalhado com Bateman no engraçado Quero Matar Meu Chefe, não consegue em nenhum momento ir além do básico e parece um diretor que necessita de bons roteiros para conseguir se destacar.

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Uma pena ver Bateman mais uma vez mal utilizado e com um papel sem força alguma e que não passa emoção, servindo apenas de escada para McCcarthy que ainda não conseguiu mostrar ter força para ser protagonista. A atriz novamente aceita viver a personagem que é alvo de chacotas pelo seu excesso de peso e que por isso acredita ser a vítima da sociedade, a questão que surge é até quando e onde McCarthy conseguirá ir com as mesmas piadas sobre o seu peso. O humor que quase não existe ainda perde força no último ato quando, como sempre, acontece mais um momento dramático e de lição de moral, onde todos buscam redenção, com um final que chega a dar nojo de tão pegajoso.

Com quase duas horas de duração, Uma Ladra Sem Limites parece não ter fim, uma tentativa sem sucesso de criar uma nova estrela para o gênero, incapaz de ter graça e tendo mais efeito como um bom sonífero.

2star

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