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Crítica: Depois da Terra

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Com uma carreira muito bem-sucedida e milionário Will Smith pode escolher e fazer o que quiser no cinema, a ponto de dar uma produção milionária como Depois da Terra para tentar alavancar a carreira de seu filho Jaden Smith no cinema. Smith pela primeira vez assina o argumento de um filme,  onde já fica visível a intenção do ator de criar uma drama onde pudesse atuar ao lado de seu filho e o colocasse no papel de herói, em um típico personagem que o próprio ator já viveu diversas vezes no cinema, mas o sonho do pai de ver seu filho alcançar o mesmo patamar não consegue ser realizado nesta primeira oportunidade de Jaden.

A trama se passa no futuro, mil anos após a Terra ter sido decretada inabitável e toda a população é envidada para um novo planeta, porém o local é habitado por uma raça de alienígenas que envia monstros criados unicamente para destruir humanos e apesar de serem cegos sentem os humanos pelo cheiro que soltam ao sentir medo. O único que não é rastreável pelas criaturas é o lendário general Raige (Will Smith), um homem literalmente sem medo e por isso invisível para as criaturas. Seu filho, o pré-adolescente Kitai (Jaden Smith) quer provar ao seu pai que pode ser tão durão como ele e quer seguir o mesmo caminho militar. Raige leva seu filho para uma missão de treinamento onde os jovens vão ter que lutar contra os perigosos alienígenas, mas quando a nave deles caí em um planeta proibido para humanos, o jovem, seu pai e as perigosas criaturas acabam sendo os únicos sobreviventes. Raige com as pernas quebradas não pode fazer nada, além de mandar o seu inexperiente filho para uma missão onde Kitai terá que enfrentar diversos desafios em busca de um artefato que é a única maneira deles saírem vivos do planeta.

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O argumento Smith nada mais é do que uma junção de ideias já usadas milhares de vezes em filmes de ficção científica e em outros do gênero, o velho clichê da luta do filho que tenta mostrar o seu valor para o pai e a questão eterna do homem superar os seus próprios medos e ultrapassar seus limites. Smith parece além de ajudar na carreira de seu filho ensiná-lo uma lição de vida, porém para faz isso no cinema, com um longa dirigido por M. Night Shyamalan (Sexto Sentido) que assina o roteiro final com Gary Whitta (O Livro de Eli), mas ambos foram incapazes de pegar o fatídico argumento e transformá-lo em algo melhor. Shyamalan obviamente contratado por ser um nome de peso, mas que parece um diretor comum, com uma direção quadrada sem grandes novidade e parece mais preocupado no lucro que terá com este trabalho. A cada novo filme o diretor revela que todas as expectativas sobre o seu trabalho foram erradas e que se continuar neste caminho brevemente perderá todo o seu prestígio.

O roteiro com um viés dramático limitado e cheio de diálogos com estilo de livro de autoajuda, parece mais um filme de aventura barato com estilo de narrativa de jogs de videogame, onde Jaden Smith enfrente desafios a cada cena para alcançar o seu objetivo. Ideia que até  funcionaria se os desafios colocados tivessem o mínimo de emoção e se o Jaden conseguisse transparecer algum sentimento em sua atuação. Se Smith queria presentear seu filho com um blockbuster, deveria ter primeiro o ensinado a atuar. Com apenas 14 anos Jaden sofre por não ter o mesmo carisma de seu pai, além de um forte problema de dicção onde suas falas se transformam quase em códigos, ainda mais nas várias cenas em que o garoto aparece chorando. Jaden que até tinha mostrado um pouco de talento no remake de Karatê Kid e um pouco de carisma em A Procura da Felicidade, onde atuou também com seu pai, mas não consegue em nenhum momento o mesmo feito em Depois da Terra. Uma atuação fraca e insegura não conseguindo nem fazer um trabalho aceitável nas cenas de ação, onde parece um robô diante de movimentos que parecem treinados demais. Smith apesar de propositalmente escondido na trama para deixar espaço para seu filho, faz novamente uma atuação boa como um pai durão tentando ensinar uma lição para o seu filho, talvez com uma presença maior dele e do seu carisma atuando junto com Jaden o filme teria funcionado melhor.

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Will Smith deu para seu filho uma produção gigantesca preparada para ele brilhar e conquistar o seu lugar, só que fez isso com um roteiro patético e uma direção medíocre. O mais importante é que Jaden Smith não está nem um pouco preparado para um papel de protagonista como este e parece deslocado. Depois da Terra é um filme de ação esquecível que será lembrado e adorado somente pela família Smith.

1star

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