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Crítica: Meu Namorado É um Zumbi

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O tempo passa, as modas mudam, mas um gênero que sempre se mantém são os filme ssobre os zumbis, os mortos-vivos ficam escondidos esperando a hora de ressurgirem para uma nova dominação e nos últimos anos retornaram muito pelo sucesso da série The Walking Dead. Meu Namorado É um Zumbi (péssimo título em português) vai por um caminho oposto a tudo que já foi feito sobre as criaturas comedoras de cérebro, a trama que adapta para o cinema o livro de Isaac Marion é uma mistura de romance com crise existencial, mas não dos humanos e sim dos zumbis que se tornam protagonistas neste agradável filme.

Nesta versão os mortos-vivos continuam sendo cruéis comedores de humanos vivos, mas não por opção e sim por terem ficado desta maneira (o motivo realmente nunca importa), mas por dentro tem sentimentos e consciência de tudo ao seu redor. O zumbi e protagonista é R (Nicholas Hoult, deixando de ser uma promessa e virando um bom ator), um zumbi bastante existencialista que se questiona o tempo todo sobre aonde sua vida irá agora como zumbi, por causa da infecção não lembra mais seu nome e nem muitos detalhes da sua vida antes de se transformado, mas deseja ter de volta a velha conexão com outros humanos.

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R vive em um aeroporto, mas precisamente em uma visão abandonado e é um nostálgico colecionador de objetos de outras pessoas, a maioria deles raridades e gosta de ouvir música em vinil, afinal o som é mais vivo, uma das várias e inteligentes ironias que o texto faz sobre os mortos-vivos. R não gosta, mas precisa comer e é durante uma ida a cidade com seus outros colegas zumbis em busca de alimentos/humanos que conhece Julie (Teresa Palmer), filha do líder (John Malkovich) dos humanos que sobreviveram ao apocalipse zumbi e que vivem uma cidade cercada por um gigantesco muro. R e Julie criam uma amizade inicialmente forçada que se torna algo mais, um relacionamento que irá mudar a vida dos zumbis e irá definir o futuro de ambas as espécies.

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Se o gênero de filme de zumbis sobrevive há tantos anos e lembrando sempre que seu auge foi com o mestre George Romero, é porque as histórias geralmente não são sobre mortos-vivos e sim utilizam esses seres horripilantes para fazer uma análise sobre a nossa própria sociedade. Meu Namoro É um Zumbi segue essa ideologia e questiona, não muito profundamente, a falta de conexão entre humanos, como mudamos nossos valores quando somos colocados em uma situação de perigo e muito sobre o preconceito. A inversão e grande diferencial do filme é colocar os zumbis como as criaturas que através do amor tentam voltar a ser humanos e como os sobreviventes diante da situação apocalíptica perderam sua verdadeira humanidade. O melhor é que o filme tem esse tom existencial sem deixar de ser extremamente divertido e com uma pitada deliciosa de romance bizarro entre um humano e um zumbi. Acrescente bons diálogos muitas vezes sarcásticos, claro as costumeiras cenas de ação que desta vez ganham menos atenção, mas não deixam de existir com humanos contra uma nova evolução dos zumbis bem assustadores.

3star

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