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Crítica: Dezesseis Luas

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Com o fim da Saga Crepúsculo, os estúdios de Hollywood buscam um novo pote de ouro, uma franquia que consiga suprir o lugar deixado pelo fim da história de Bella e Edward. A Warner Bros. acreditava que Dezesseis Luas, adaptação da série de livros escritos por Kami Garcia e Margaret Stohl, poderia ocupar essa vaga no coração das adolescentes e o seu erro principal foi exatamente esse. Dezesseis Luas têm na realidade poucas similaridades com Crepúsculo, ambos são obras escritas para o público feminino adolescente e tem como tema uma paixão impossível entre jovens e só, no restante as obras são bem diferentes tanto na sua forma literária quando na sua adaptação cinematográfica, onde o primeiro é bem superior ao segundo.

A trama é ambientada em uma pequena cidade com um povo bastante religioso, nela mora Ethan (Alden Ehrenreich, de Tetro), um jovem fora do padrão local que que não vê a hora de ir para a faculdade e sair da cidade. A vida de Ethan muda com a chegada de Lena Duchannes (Alice Englert), uma garota estranha e que mora reclusa na mansão do seu excêntrico tio Macon Ravenwood (Jeremy Irons). A família da jovem sofre preconceito no lugar por terem famas de serem bruxos e  ligação com o diabo. Ethan acaba descobrindo que o mito é verdade e que Lena e toda sua família são bruxos ou como preferem ser chamados “Conjurados”. O rápido amor entre os dois corre o risco de acabar porque Lena está perto de completar 16 anos e é quando irá descobrir se o seu destino é ir para o lado da magia do bem ou do mal.

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Dezesseis Luas cria sua identidade própria e fica longe Crepúsculo por ter um texto com muito mais qualidade, o casal principal por exemplo gosta de ler e citam grandes obras da literatura durante toda a trama, além de boas referências a filmes. A trama também se discerni pelo seu humor, muito em cima dos caipiras da região sul dos EUA, o lado cômico da trama é colocado em destaque (a ótima cena do jantar da família de Lena) quase o tempo todo e o drama ganha força mais nos dois últimos atos quando realmente é necessário para o desenvolvimento da história e mesmo assim nada é forçado ou dramatizado demais.

Outra grande diferença entre ambas as franquias é o elenco e principalmente seu protagonista, Ethan um personagem bem-criado, charmoso, engraçado e essencial para a ligação entre o mundo real e da fantasia que nesta trama se encontra na magia em bruxas poderosas, o protagonista também se destaca muito pela ótima interpretação de Ehrenreich um ator que com certeza será ainda muito visto e elogiado em sua carreira. O elenco coadjuvante é composto por importantes e respeitados nomes como Jeremy Irons como um bruxo antigo, propositalmente canastrão Emmy Rossum linda, sexy e maléfica como Ridley. E o grande destaque de todo filme é atuação de Emma Thompson como a divertidissíma vilã Serafine, com toda certeza o filme não seria tão agradável sem a sua forte presença e a personagem que têm as principais qualidades de toda a trama.

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Além do tema parecido, a única e ruim real semelhança com adaptação da obra de Stephanie Meyer, é que o drama juvenil sobre bruxas também perde qualidade pela sua fraca protagonista, a inexperiente atriz Alice Englert consegue expor melhor suas emoções do que Kristen Stewart, mesmo assim ainda deixa muito a desejar e fica a sensação de que uma outra atriz mais experiente poderia ter ajudado ao resultado final ser melhor. O diretor Richard LaGravenese (P.S. Eu te amo) faz uma direção bem correta muito por também assinar o roteiro da adaptação e assim ter um envolvimento satisfatório da história emsuas mãos, aproveitando bem o seu elenco e um bom trabalho na parte técnica, com belos figurinos e bons efeitos especiais.

Dezesseis Luas faz parte do atual momento de romances juvenis, mas se diferencia um pouco de outras obras do gênero, com uma direção e um elenco mais seguro, personagens mais encantadores e com uma história mais harmoniosa. O maior erro de Dezesseis Luas não está no seu produto final e sim na estratégia criada pela Warner Bros. que fez de tudo para vender o filme como um novo Crepúsculo, o que ocasionou um efeito contrário do esperado. O público que não gosta da história de Bella e Edward não quis nem dar uma oportunidade para o filme, os próprios fãs da franquia de vampiros se afastaram da obra por acharem que Dezesseis Luas copiava os seus filmes prediletos, além dos críticos, que quase todos odeiam Crepúsculo, já assistirem o filme com um pé atrás e por isso muitos, injustamente, fizeram duas críticas ao filme. O resultado dessa errada estratégia foi que Dezesseis Luas foi fracasso nas bilheterias dos EUA, o que provavelmente acaba com os planos do estúdio de criar uma nova franquia, já que é bem improvável que o longa ganhe uma continuação.

 3star

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