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Crítica: O Massacre da Serra Elétrica 3D – A Lenda Continua

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São quase 30 anos desde o lançamento de O Massacre da Serra Elétrica (1974), clássico terror do diretor Tobe Hooper que revolucionou o gênero com efeitos simples e criativos, além de uma narrativa diferente para os filmes da época. Desde o seu lançamento, o filme ganhou três sequências, um prelúdio e um remake, todos fracassaram em tentar recriar ou continuar a história original. Chega agora aos cinemas O Massacre da Serra Elétrica 3D- A Lenda Continua com uma trama que é uma sequência direta do longa original. O próprio Tobe Hooper é o responsável pela produção do filme que mais se aproxima das qualidades da obra original, principalmente por esquecer e não citar nenhuma das sequências para assim apagar tudo que já foi feito com a franquia.

A sequência lançada em 3D começa com trechos da conclusão do filme original para ambientar o novo público com a história da família Sawyer responsável por uma série de mortes, feitas principalmente pelo estranho Jed, mais conhecido como Leatherface, um assassino cruel que usa a pele de suas vítimas para criar máscaras que escondem o seu rosto deformado. Esse tom retro torna-se atrativo ao converter as cenas para o 3D, criando assim uma mistura de passado e futuro em uma mesma história. A família de Leatherface é assassinada pelos moradores caipiras da cidade que em uma sede de ódio queimam o local, sobrevivendo apenas uma criança que é adotada por um casal envolvido no assassinato da família Sawyer e daí em diante o filme entra em sua própria história.

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Vinte anos depois a jovem Heather (Alexandre Daddario, Percy Jackson e o Ladrão de Raios) recebe uma carta dizendo que recebeu uma casa de um avó que nem sabia da existência e assim descobre friamente que na verdade foi adotada, mas ainda não sabe de toda a história que envolve sua família de verdade. Heather e um grupo de amigos partem em uma viagem para a cidade onde está a casa que recebeu de herança. O clichê maior do filme está no grupo de personagens, a protagonista indefesa que torna-se uma mulher segura (uma atuação até razoável de Daddario), a jovem sexy, o falso herói, o canastrão e o personagem criado só para ser o primeiro a morrer. Engana-se quem acha que o filme iria seguir a velha escola do terror de grupo de jovens sendo perseguidos pelo louco assassino, sim isso acontece, mas não é uma história dedicada totalmente a isso. John Luessenhop faz uma direção básica e certa para o roteiro escrito por Debra Sullivan e Adam Marcus que segue uma narrativa que tenta no seu segundo ato fugir do padrão, mas não sem deixar marcas do gênero de fora. Não faltam cenas de jovens correndo com pouca roupa, muito sangue no mais estilo gore possível e situações de medo puro, entre elas uma que aproveita muito bem a tecnologia dos celulares de última geração.

Logo após o surgimento de Leatherface, que claro não morreu no início da história, a trama tem um estilo de terror diferente do original e foge um pouco do cenário principal da casa sombria e dá espaço para outros cenários que dão uma agilidade maior para a trama. A maior polêmica envolvendo a produção encontra-se na metade para o último ato quando acontece uma mudança de gênero e de personalidade na protagonista e  que fica ainda mais forte ao mudartambém  a personalidade do clássico assassino da serra elétrica. A mudança é o principal e talvez único motivo para a criação do filme, a dica é não sair do cinema até o final já que a cena pós-crédito é muito importante para a história, além de ser divertidíssima.

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A arriscada escolha de mudar a personalidade e os motivos do clássico Leatherface é unicamente uma tentativa de criar assim uma franquia com uma nova proposta para o personagem e tentando diferenciá-lo de outros assassinos do gênero. Neste primeiro filme a novidade funciona razoavemente bem e uma tentativa de repeti-la em uma já confirmada continuação parece ser um tiro no escuro.

3star

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