Quando a primeira temporada de House of Lies terminou deixou a certeza de que a série era realmente diferente, inovadora em sua linguagem e trama e assim como todas as séries do Showtime (Dexter, Californication e etc) centrada para um público adulto. A primeira temporada rendeu justamente o prêmio do Globo de Ouro de Melhor Ator em Série de Comédia para Don Cheadle que está perfeito no papel do egocêntrico Marty Kaan.
Diante de tudo isso a expectativa sobre a segunda temporada era enorme e por isso a queda foi ainda maior, foi uma temporada bastante limitada, com a linguagem narrativa da série mudando um pouco, principalmente na diminuição das cenas de Marty falando com o público, algo que trazia um humor sarcástico que acabou sendo um pouco perdido neste segundo ano.
Foram 12 episódios que podem ser resumidos totalmente no último deles, “Til Death Do Us Part” e que encerrou muito bem a temporada e fechou os ganchos principais que foram lentamente narrados nos outros 11 episódios anteriores. Diria que a melhor parte da segunda temporada e as qualidades do ano anterior House of Lies podem ser vistas somente neste episódio, o resto foram alguns momentos bons e muitos ruins.
Toda a temporada se resumiu no plano de Marty (Cheadle) decidir que estava na hora de sair da GodWeather e montar a sua empresa, Kaan tentou isso ao máximo e no final conseguiu realizar essa proeza, porém novamente acabou sozinho pelas suas atitudes egocêntricas e viu sua equipe o abandonar. Antes de falar desta parte de empresário, vamos falar da família Kaan.
Marty viu seu filho Roscoe (Donis Leonard Jr.) retornar para o seu lado e perceber que não deveria ficar com a maluca da sua mãe Monica (Dawn Olivieri), novamente o tema principal do garoto foi a sua sexualidade, que neste ano ganhou mais espaço no começo e depois sumiu. Já Monica continuou sendo a mesma pessoa prepotente e perdida de sempre, teve um passageiro e diria desnecessário romance lésbico, e no final voltou para o motivo que parece ser o principal de sua vida, acabar com seu ex-marido Marty, já que sentiu que foi derrota mais uma vez ao ver seu filho voltando para o pai e teve sua vingança no último episódio.
Ainda no lado familiar o problema de saúde de Jeremiah (Glynn Turman) foi ofuscada pela chegada de Malcolm (Larenz Tate), o irmão de Marty.
Malcolm tentava a qualquer custo passar uma imagem de um homem justo e que lutava pelos direitos dos injustiçados, só que como foi bem dito por Marty na verdade ele é igual ao seu irmão mais velho, tão ganancioso quanto e acabou indo embora após receber uma boa quantidade dinheiro de Marty, não antes de transado com Monica.
Já na vida amorosa tudo indicava que Marty e Jeannie (Kristen Bell) ficariam juntos já que os dois depois de uma grande noite de muitas bebidas disseram que se amavam. Só que tivemos a chegada inesperada de Tamara (Nia Long), um antigo amor de Marty e claro que os dois acabaram juntos, só que Tamara também traiu Marty nos negócios e ainda voltou para o seu marido, mais uma decepção amorosa na lista de Marty.
Chegou a hora de falar do restante da equipe de Marty, Doug (Josh Lawson) foi o mesmo nerd bobão de sempre, rendeu alguns momentos engraçados e gostei da ideia da opção de colocarem um par romântico para ele, no caso Sarah (Jenny Slate), a maluca moça que ele conheceu via internet acabou sendo a surpresa desta temporada, principalmente com a história ter criado um falso pedido de casamento só porque não queria ficar sozinha, o que assustadoramente Doug achou normal e os dois casaram! Como era também esperado, Doug acabou decidindo que não iria para o novo negócio e continuou na Galweather e fico curioso se o personagem retornará ou se talvez essa foi uma despedida dele, o que seria um erro.
Clyde (Ben Schwartz) manteve um papel menor que coadjuvante em alguns episódios desta temporada, exceto quando aconteceu a história dos irmãos Dushidiotas, só que no último episódio foi explicado o pequeno sumiço do personagem. Desde o começo os roteiristas quiseram intensificar a ideia de que Clyde estava sempre escondido na sombra de Marty, algo que ele próprio sentiu e decidiu se vingar do seu chefe ao perceber que ele tinha tomado mais uma atitude egocêntrica sem pensar nos seus companheiros de negócio, já que Marty não tem amigos. Clyde não só foi delator de Marty para Hostchragar (participação pequena e boa de Bess Armstrong) como decidiu literalmente ir para o lado do inimigo ao se aliar com Monica, uma parceria que pode render bons momentos no próximo ano, já que sempre vi Clyde como uma versão mais nova de Marty e a rivalidade entre os dois agora será real.
A maior decepção desta temporada foi Jeanie (Kristen Bell), os roteiristas não souberam como desenvolver a personagem e mudaram demais a sua personalidade, aquela moça fria e decidida acabou virando uma jovem apaixonada e disposta a fazer tudo por Marty, atitude que felizmente mudou no final da temporada. Jeanie enxergou o verdadeiro Marty Kaan e decidiu abandonar ele no novo negócio e acho bem possível que ela acaba aceitando a proposta da Galweather e monte sua própria equipe.
Marty realizou o seu sonho e montou sua própria empresa, só que sem seus associados e antigos parceiros, o olhar de Jeremiah para o seu filho foi marcante, um pai que percebe e conhece bem seu filho e sabe que no fundo ele está triste e sozinho.
Se foi uma temporada bem irregular, pelo menos o final dela deixou promissores ganchos para o desenvolvimento da próxima temporada e a curiosidade de como a trama será desenvolvida agora que o quarteto principal foi separado. A terceira temporada de House of Lies deve estrear em janeiro de 2014.
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