A ABC estreou neste domingo a série Red Widow, versão americana da série holandesa. A adaptação ficou nas mãos de Melissa Rosenberg, roteirista responsável pelos textos de todos os filmes da franquia A Saga Crepúsculo.
A trama começa apresentando Marta Walraven (Radha Mitchell), uma dona de casa, mãe de três filhos, casada e que pertence a uma família da máfia russa. Seu marido Evan (Anson Mount) também trabalha para o crime organizado e traficante de drogas, para isso usa uma falsa empresa. Ele trabalha com seu parceiro Mike (Lee Tergesen) e o irmão de Martha, Irwin (Will Traval). Irwin acredita que ele e seus parceiros não estão ganhando o bastante com o negócio ilícito e para aumentar o lucro, decide roubar milhões de dólares em cocaína de um perigoso mafioso russo chamado Schiller (Goran Visnkic, ER). A culpa acaba caindo em cima de Evan que é assassinado e a dívida com Schiller agora é responsabilidade de Marta, que apesar de toda a sua família trabalhar com o crime organizado, nunca teve contato algum com o negócio ilícito e agora terá que entrar com tudo no mundo do crime para assumir o lugar de seu marido e assim proteger sua família. O mafioso engana Marta dizendo que ela terá que ajudá-lo na chegada de um nova remessa de drogas e depois tudo estará resolvido, o que claro não deve acontecer.
O canal optou por exibir dois episódios seguidos, o que não mostrou ser a melhor opção, o primeiro episódio é até interessante, com um bom ritmo, apresentando os personagens principais cheios de clichês, com direito a sotaques russos, o agente do FBI em busca de justiça e a personagem principal é a típica mãe que fará de tudo para proteger seus filhos. Já o segundo continua a história e deixa o sinal de que a série pode acabar ficando muito lenta, com uma trama piegas e sem atrativos. Melissa Rosenberg parece ainda tentar encontrar a maneira certa de narrar os eventos apresentados no início. A roteirista tenta criar uma série muito voltada para o público feminino com uma história que normalmente agrada mais o público masculino, máfia russa, violência e etc. Para conseguir realizar essa proposta, coloca todas as suas fichas na personagem principal, que infelizmente decepciona nos dois episódios.
A personagem principal Marta, como dito acima, é um clichê da mãe protetora e sua história é bem estranha, mesmo tendo um pai mafioso e um marido envolvido com bandidos, não aprendeu nada neste tempo e parece totalmente perdida, vivendo em um mundo a parte. Desanima muito também a interpretação de Radha Mitchell totalmente sem carisma para conquistar o público como a mãe que protege os filhos. Os personagens secundários também não agradam, todos parecem vindos de uma típica novela brasileira, bastante limitados e com perfis simples demais. Temos os dois filhos mais velhos, o filho que quer ajudar a mãe e que tem mais noção de tudo que está acontecendo ao seu redor, a filha mais nova que aos poucos toma noção dos negócios de sua família e por último o filho mais novo e problemático, vítima de bullying e traumatizado por ter visto seu pai ser assassinado a sua frente.
O lado da família de Marta poderia passar batido, se não fosse a presença do veterano ator Rade Serbedzjia no papel de pai da protagonista, apesar de mais uma vez interpretar um mafioso russo, consegue se sobressair no fraco elenco. Sempre acredito ser um grande problema para uma série ou filme quando o vilão mostra ser mais carismático do que a protagonista, o que acontece em Red Widow. Goran Visnjic parece muito seguro como o mafioso Schiller, com o seu próprio código de conduta e que obviamente fará da vida de Marta um inferno para pagar pelos erros de seu marido e irmão.
Se o primeiro episódio foi mediano, o segundo foi muito sonolento, a trama toda girou em torno de Marta tendo que encontrar um novo contato para ajudá-la na chega das drogas. Marta conhece Bob, personagem bem fraco que no começo parece receoso em aceitar ajuda-la, mesmo recebendo uma oferta de suborno. Depois acaba comovido pela história dela e aceita participar do esquema, claro que também aceita o dinheiro. A ideia do episódio é fazer uma espécie de início de um romance entre Marta e Bob, uma opção bem estranha, já que em minuto a personagem sente a falta do marido e no outro está beijando outra pessoa.
Red Widow fez uma estreia bastante mediana, uma história que peca pela falta de atrativos e uma protagonista nada carismática, particularmente não conseguiu chamar minha atenção e o meu interesse em querer continuar assistir a série.
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