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Nos Cinemas: A Hora Mais Escura

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Vivemos uma época onde tudo tem que ser feito rapidamente, tudo é para ontem e  o hoje logo vira passado, pouco tempo atrás grandes histórias demoravam anos para serem adaptadas para o cinema cinema; Porém com a indústria da mídia crescendo tanto e a enorme fome da população por novidades, esse tempo foi totalmente encurtado, prova disso é A Hora Mais Escura um filme que relata todo o processo da caçada de Osama Bin Laden até sua morte em maio de 2011, fato que aconteceu menos de 2 anos trás.

O próprio roteirista Mark Boal e a diretora Kathryn Bigelow tiveram acesso a informações detalhadas e secretas da operação que resultou na morte do terrorista e delas saíram o excelente roteiro do longa. Claro que sempre irá surgir aquela duvida do quanto as informações são realmente verdadeiras, o que claro é uma ótima oportunidade para algumas pessoas dizerem que é tudo mentira e que Osama nem morreu, afinal para alguns até hoje a chegada do homem a Lua foi uma mentira. A Hora Mais Escura apesar de seu tom documental é uma obra também com uma boa parte de ficção, afinal é uma obra cinematográfica e não um documentário oficial sobre os fatos.

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Bigelow que já tinha mostrado uma visão bastante diferente da guerra pós 11 de setembro com o ótimo Guerra ao Terror, faz quase uma continuação do longa com A Hora Mais Escura, terminado assim a história do primeiro filme. Novamente a diretora tenta ao máximo não fazer propaganda dos EUA ou tentar defender o motivo da morte de Bin Laden, simplesmente mostra fatos reais e deixa claro os erros de cada lado.  O tom documental que permanece durante todo o filme já começa na primeira e forte cena com uma tela preta enquanto ouvimos gravações de pessoas que estavam no World Trade Center e nos aviões sequestrados durante o 11 de setembro, logo de cara o filme deixa claro motivo de tudo que será mostrado dali em diante.

A trama acompanha Maya (ótima atuação de Jessica Chastain), uma agente da CIA que praticamente dedicou toda sua vida e carreira para encontrar Osama, vale destacar que a personagem foi baseada em diversas pessoas reais, resumidas em uma só pessoa. Maya chega ao Oriente Médio ainda sem muita experiência e logo no seu primeiro dia vê um homem sendo duramente torturado, fica chocada e também curiosa em saber mais informações através do prisioneiro. As controrversas cenas de tortura logo criaram uma grande polêmicas sobre o assunto, curiosamente a própria CIA afirmou que torturas do tipo mostradas no filme não acontecem na vida real. Apesar de achar realmente que são cenas fortes, elas fazem parte de um contexto maior que leva a pensar  quanto essas informações dadas por prisioneiros nesta situação são realmente confiáveis. Outro pensamento é crítica dura aos EUA sobre o assunto, é feita durante uma cena em que Maya vê o presidente Obama afirmando que os militares americanos não praticam tortura, logo em seguida o rosto de Maya é mostrado sem expressão e quase chocada ao ouvir a declaração. A própria Maya após ver a guerra ao terrorismo na sua frente e perder colegas por causa dela, muda de atitude, inicialmente receosa sobre o uso de tortura, um pouco mais para frente até pede para um oficial bater em um prisioneiro do qual precisa respostas.

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O excelente roteiro de Boal surpreende e choca, o público sabe o que irá acontecer até na última cena, mas o texto relata a história de uma forma tão tensa e emblemática que faz ressurgir o choque inicial ao saber de cada ataque terrorista que aconteceram nos últimos 10 anos. A excelente narrativa mostra os erros de julgamento da CIA, informações importantes que acabaram sendo desprezadas, a maneira que a burocracia atrapalhou em diversos momentos e revela a maneira no mínimo inusitada e diria até sem querer de descobrir o paradeiro de Osama. O esperado momento da caçada final e morte do terrorista como diz o título do filme acontece a meia-noite e meia (zero dark thirty) e é mostrado de forma tensa e rápida, Bigelow criou uma cena perfeita, usando da visão noturna dos soldados para mostrar os marines responsáveis pela operação, nada acontece de forma perfeita, erros acontecem, a tensão aumenta a cada segundo e no final a missão é completada. Outra importante polêmica sobre a morte de Laden se ele estava ou não armado é claramente resolvida na rápida cena. O roteiro prefere não se aprofundar muito nos homens responsáveis pela missão, só revela como eles são homens comuns fazendo o seu trabalho, como fica claro na chocante cena da morte do terrorista e a reação inesperada do atirador.

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Katheryn Bigelow consegue se firmar de vez com uma diretora com um estilo único para realizar filmes de guerra, consegue recriar o gênero com sua visão feminina, realmente uma diretora especial. A Hora Mais Escura é um relato do longo e triste caminho percorrido por muitas pessoas que representam um mundo que nunca mais será o mesmo depois do 11 de setembro e que dificilmente irá melhorar ou viver mais em paz e seguro após a morte de Osaba Bin Laden.

5star

2 comentários em “Nos Cinemas: A Hora Mais Escura

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