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Crítica DVD: Moonrise Kingdom

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Wes Anderson é um dos diretores mais peculiares de Hollywood, seu estilo, chamado por alguns de alternativo, não condiz em nada com que é feito no cinema nos últimos 10 anos, mas para a maioria dos críticos ele é considerado um dos poucos que traz arte de verdade para o cinema. Seus filmes nunca são grandes sucessos, muitas vezes são incompreendidos, enquanto para seus seguidores (que não são poucos) ele é cada vez mais se torna um gênio. Seu mais recente filme Moonrise Kingdom talvez seja o que mais consegue unir estes dois grupos, um filme leve sobre crescimento que rendeu ao diretor em parceria com Roman Coppola uma indicação ao Oscar na Categoria Melhor Roteiro Original.

O longa se passa em 1965 numa curiosa ilha, onde Sam Shakusky (Jared Gilman), um jovem escoteiro, conhece Suzy Bishop (Kara Hayward) e logo se apaixonam. Os dois trocam cartas e logo decidem que devem fugir juntos e começarem uma vida mo casal. Shakusky é um orfão rejeitado pelos seus pais adotivos, com dificuldades para fazer amigos e que foge do acampamento de escoteiros, deixando o líder dos escoteiros Mstar Ward (Edward Norton) desesperado. Suzy é uma jovem considerada problemática pelos seus pais (Bill Murray e Frances McDormand), que moram juntos mas dorme em camas separadas, e que ainda precisa conviver com seus três irmãos mais novos. Enquanto Shakusky ainda tem um bigode pequeno, típico de pré-adolescente, Suzy parece mais desenvolvida, uma garota que parece mais velha para sua idade, gosta de ficção científica e é bastante decidida, ao mesmo tempo que usa agressividade como sistema de defesa.

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O estilo de Anderson surge logo nas primeiras cenas mostrando diálogos rápidos com a câmera  focalizada no ator que esteja falando e com alguns momentos de troca de olhares e puro silêncio. O filme tem um tom pastel dando ainda mais sensação de uma história antiga de um tempo que não existe mais, ideia que se reflete também nas peculiares roupas dos seus personagens, como a excêntrica assistente social (Tilda Swinton), quase uma bruxa com roupas escuras. O elenco recheado de nomes famosos é perfeito e auxiliam da melhor forma possível os atores jovens, juntos ajudam ao filme ter um ritmo prazeroso de se assistir e uma trama bastante descontraída, com um leve tom de drama.

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A trama tem como tema o crescimento, inocência e a dura realidade da vida, tanto dos jovens como também dos adultos. O líder de escoteiro que parece não ter crescido, os pais de Suzy que não conseguem assumir o fracasso do casamento. Principalmente o policial Sharp (Bruce Willis) perdido e sozinho que nutre uma paixão por uma mulher casa. Moonrise Kingdom é claramente o melhor filme de Wes Anderson, um filme que ao primeiro olhar pode parecer estranho pelo seu estilo fora do padrão, mas no final tem um roteiro bem montado com uma maneira descontraída de mistura humor e drama. Um delicioso retorno aos primeiros amores, primeiros beijos e aquela época onde tudo era novidade e parecia que tudo era eterno.

3star

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