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Crítica: Larry Crowne- O Amor Está de Volta

Depois de mostrar os inocentes sonhos de jovens músicos em The Wonders- O Sonho não acabou, Tom Hanks retorna à direção em Larry Crowne- O Amor Está de Volta, um dos filmes mais insosso dos últimos anos. Além de dirigir, Hanks estrela ao lado de Julia Roberts, repetindo a parceria de Jogos do Poder (2007), o ator também assina o roteiro junto com a atriz Nia Vardalos (aquela da comédia O Casamento Grego).

A história que tenta ser uma comédia romântica poderia até dar muito certo tanto pelo seu elenco e diretor, principalmente por debater assuntos atuais, porém não consegue fazer isso pela escolha de contar a história de maneira supérflua e ingênua.

Na trama, Larry Crowne (Hanks) é um homem de quase 50 anos que trabalha há anos como gerente de um supermercado, é considerado um funcionário perfeito, porém por causa da crise econômica norte-americana os seus chefes precisam fazer cortes de funcionários. Sobra para Crowne que é mandando embora somente porque não tem um curso superior.

Larry se vê numa situação complicada, divorciado e sozinho, com uma grande hipoteca para pagar, sem emprego e sem experiência em outras áreas, claro além da falta de um diploma. Após algumas tentativas não sucedidas para conseguir um novo emprego, Crowe decide entrar para uma faculdade comunitária (quase tão bizarra como a da série Community).

Lá ele conhece a professora de oratória Mercedes Tainot (Julia Roberts), uma mulher que odeia seu trabalho, amargurada e que vive um casamento infeliz com seu marido (Bryan Craston, série Breaking Bad). Crowne também conhece a jovem Talia (Guga Mbatha), que apesar de sua diferença de idade o aceita facilmente e faz amizade com o cinquentão, além de ajuda ele a mudar seu estilo tiozão para algo mais moderno.

Tudo na trama é mal explorado e resolvido de maneira exageradamente ingênua. A questão da demissão de Crowne é aproveitada em 10 minutos até ele decidir entrar para a faculdade, a ideia de colocar um homem de cinquenta anos ao lado de um grupo de jovens é deixada de lado e mostrada como se fosse algo rotineiro na vida real. Pior ainda é amizade com Crowne e Talia, junto com um grupo/gangue de pessoas que andam de scooter, mais tosco que isso impossível.

O grande problema do filme é a sua falta profundidade tanto na história como nos seus personagens. É quase impossível se cativar pelo chato Larry Crowne cuja exagerada inocência lembra muito Forrest Gump, afinal não importa os problemas o protagonista está sempre com um irritante sorriso no rosto.

Roberts faz novamente o papel de megera da história que se torna a mocinha em cinco minutos. O roteiro não consegue nem explorar de um jeito decente o romance dos protagonistas, dois adultos maduros que mais parecem dois pré-adolescentes.

Com dois astros nos papéis principais, quem rouba atenção mesmo é a jovem e bela atriz Gugu Mbatha-Raw que convence de maneira simpática no papel de uma jovem de espírito livre. Também chama atenção George Takei (O Sulu da série original de Stark Trek) como um professor de economia, o único capaz de tirar alguns risos do público.

Larry Crowne apresenta uma história inocente, sem graça e fora da realidade, com uma mensagem falsa e com cara de livro de auto-ajuda. Um longa que tinha tudo para dar certo só que no final é simplista demais, com aquele velho discurso de que nunca é tarde demais para recomeçar, quem sabe essa mensagem não sirva para o próprio Hanks repensar sua carreira como diretor.

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