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Crítica: Planeta dos Macacos: A Origem

Anunciado como um prelúdio da clássica e histórica franquia de ficção científica dos anos 60, Planeta dos Macacos: A Origem utiliza algumas partes da história original para recriar e dar uma cara de atual para a franquia. Dizer que este filme é o prelúdio definitivo da franquia original é ao mesmo tempo compará-lo ao original, o que não acontece, e também tirar o seu valor sobre o que realmente é e consegue ser, o início de uma nova e promissora franquia.

O prelúdio lembra muito mais Batman Begins e o novo Star Trek, dois filmes que pegaram clássicos personagens e conseguiram trazer para os tempos atuais, respeitando tudo que foi feito antes, mas sem ter medo de criar algo novo. O tom político e crítico do filme original de 1968 é deixado de lado e no seu lugar entram temas mais atuais como a luta eterna do homem contra suas próprias doenças e principalmente o medo sobre o que a natureza é capaz de fazer quando provocada.

Além destes novos conflitos e temas, o filme se apoia principalmente em uma vantagem contra o passado, a gigantesca evolução dos efeitos especiais. O grande e  principal destaque do filme é os efeitos especiais e a impressionante criação dos macacos através de computação gráfica.

A empresa Weta Digital (a mesma de Senhor dos Anéis, King Kong) dá um novo passo e apresenta uma evolução da técnica de captura de movimentos antes usada em Avatar. O ator Andy Serkis (o Gollum de O Senhor dos Anéis) faz uma atuação magnífica e de impressionar transformado no macaco César. Em vários momentos é possível acreditar fielmente que o macaco na tela é de verdade.

Dizer que Serkis é merecedor de uma indicação ao Oscar é um exagero por parte dos críticos, muitas vezes pela empolgação pelo algo novo e por falta de avaliação melhor. Serkis faz uma elogiável atuação como o símio, mas não merece todo o crédito, afinal não teria o mesmo efeito se não fosse os efeitos da Weta e se tivesse usado uma máscara de macaco como nos filmes anteriores da franquia.

Como estamos falando de um filme sobre a revolta dos macacos, não é só César o grande chamariz do filme, os outros símios também ganham destaque pela sua riqueza em detalhes e um realismo nunca visto antes no cinema. A técnica de captura de movimentos e uso de animais em filmes nunca serão iguais depois de O Planeta dos Macacos: A Origem, é um passo histórico para os efeitos especiais no cinema.

Com efeitos especiais tão atrativos, curioso pensar que o elenco humano é quase deixado de lado e o roteiro é quase um mero coadjuvante usado somente para explicar bem o porquê da revolta dos macacos contra os humanos.

Na história, o cientista Will Rodman (James Franco) é um cientista que luta para conseguir encontrar a cura para o mal de Alzheimer e outras doenças neurológicas. O motivo desta incansável luta de Will é que o seu pai (john Lightgow) está com sintomas cada vez mais avançados do mal de Alzheimer.

Para encontrar a cura ele trabalha incansavelmente nos conhecidos e polêmicos testes em macacos em busca de uma solução, até quando uma fêmea submetida ao teste mostra uma incrível evolução intelectual. A fêmea estranhamente fica agressiva e acaba sendo sacrificada, o motivo da sua revolta é que ela estava tentando proteger o seu filhote. O jovem filhote é adotado por Will que o leva para casa e dá para ele o nome de César (Andy Serkis). O jovem macaco acabou herdando a evolução intelectual de sua mãe e demonstra uma evolução mental ainda maior.

A primeira e boa parte do filme explora a relação entre Will e seu pai com o esperto César, cada vez mostrando sinais e atitudes iguais a de um humano. O chimpanzé vira parte da família, mas ao mesmo tempo se sente às vezes tratado como um mero animal doméstico algo que se torna cada vez mais inaceitável para alguém com a sua inteligência.

Sem entregar detalhes da trama, o roteiro consegue encaixar e explicar de forma aceitável o início e os motivos lógicos da revolta dos macacos contra os humanos chegando assim ao seu ápice na batalha entre humanos e os animais. Neste momento aproveita para prestar homenagens a franquia e encaixa de uma maneira sagaz a célebre frase dita por Charton Heston no filme original.

O grande acerto deste início para essa nova franquia é mostrar em boa parte do filme, a história através da visão dos macacos, com poucos diálogos e encaixando as cenas de ação na hora certa, sem exageros e na medida certa. A grande batalha acontece em uma ponte e nesta hora os efeitos especiais chegam ao seu máximo, com humanos e macacos contracenando e confundido o público sobre o que realmente é real na cena.

O roteiro de Rick Jaffa e Amanda Silver, com a direção acertada de Rupert Wyatt, ajudam a dar credibilidade para história e até uma compreensão maior sobre os motivos da revolta dos macacos. Ao mesmo tempo consegue criar e trazer novas ideias que não foram exploradas nos filmes anteriores e deixa um grande leque de possibilidades para serem exploradas em futuras continuações.

Respeitando a franquia original e sem medo de ousar, Planeta dos Macacos: A Origem pode não ter a genialidade dos filmes anteriores, mas consegue deixar sua marca de uma maneira diferente e com suas próprias qualidades. O começo de uma nova e quem sabe longa história que consegue deixar aquela sensação no público de quero mais.

2 comentários em “Crítica: Planeta dos Macacos: A Origem

  1. […] mais: Crítica: Planeta dos Macacos: A Origem « Esta entrada foi publicada em Sem categoria e marcada com a tag crítica, macacos, origem, […]

  2. Boa crítica.
    Também escrevi uma no meu humilde bloguinho. Aqui:

    Planeta dos Macacos – A Origem | Crítica

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