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Crítica: Lanterna Verde

A pior coisa que pode acontecer quando você vai ao cinema sendo crítico ou não é ter uma grande expectativa sobre um filme e ao sair sentir aquele decepção e raiva. Pior ainda quando você vai assistir a adaptação de um dos seus heróis prediletos desde criança e percebe como a falta de capacidade de algumas pessoas é capaz de estragar uma grande história.

Comecei dizendo isso porque essa é crítica é uma mistura do meu lado crítico e do meu lado pessoal, sim eu sou mega fã de Lanterna Verde e antes de escrever essa crítica assisti ao filme três vezes (uma na internet, outra em 2D e a última em 3D). A cada vez que assistia tive a certeza de que este não é nunca será o filme que os fãs queriam ver e muito menos a maneira certa para apresentar para boa parte do público o complexo universo do herói da DC.

Lanterna Verde não é simplesmente o pior filme de herói do ano, mas também um projeto que desde o começo estava na cara que ia dar errado. Depois ver o erro cometido, fizeram tantas modificações e tentativas para salvá-lo que acabaram piorando ainda mais o resultado final.

A Warner Bros. fez todas as cagadas (essa é a melhor palavra) possíveis neste projeto, montou uma equipe de quatro roteiristas que juntos não conseguiram criar uma história decente e lógica. Chamaram um diretor desinteressado como Martin Campbell que deixou claro sua falta de conhecimento e carinho pelo personagem e chamaram um ator fraco como Ryan Reynolds para viver o personagem principal.

O estúdio tentou na metade do projeto salvar o filme investimento uma verba grande a mais no orçamento, dinheiro relativamente bem gasto na parte visual do filme (a única coisa que presta) e no elenco de dubladores de alguns dos 3.600 integrantes da Tropa dos Lanternas Verdes. Visualmente o filme é de encher os olhos, os personagens foram muito bem-criados em CGI, o visual de OA ficou impressionante e rico em detalhes, até a versão verde neon do uniforme do Lanterna Verde ficou razoável.

O problema é que os quatro roteiristas não conseguiram pegar a história do personagem e adaptá-la de uma maneira que funcione para o grande público que não conhecem o personagem. A equipe optou por uma fórmula de texto simplista onde o público é tratado como idiota diante de uma história de tão explicativa se torna confusa e cheia de buracos.

O personagem principal é Hal Jordan (Ryan Reynolds) que recebe a missão de ser o primeiro humano Lanterna Verde e responsável pela segurança do nosso planeta. Nos quadrinhos, a personalidade Hal é bem diferente do cinema, onde colocaram pitadas de humor que não funcionam e que não se encaixam na personalidade do herói que ele precisa ser.

A trama confusa é ainda mais ressaltada pela péssima montagem do filme, tudo é muito confuso e rápido demais. A grande questão da história original do medo contra força de vontade é jogado no lixo e colocada de uma maneira sem o mínimo de coerência. Os problemas pessoais e dúvidas de Hal Jordan não são aprofundados e tudo é explicado de forma rápida demais. Um minuto Hal Jordan é um piloto da aeronáutica irresponsável e no outro se torna o maior herói do planeta. Para esclarecer estes buracos na trama não faltam discursos patéticos e com cara de livro de auto-ajuda.

A própria origem do anel e da tropa criada para o filme é pobre eem detalhes, ainda foi a escolha do vilão Parallax, muito importante no quadrinhos, e que no cinema foi transformado em um monstro fumaça com uma cara horrível. A cena pós-crédito do filme exemplifica toda a confusão em relação à história do vilão que é a entidade do medo,  deixando um gancho sem pé e cabeça para quem nunca leu os quadrinhos do herói.

Além da parte visual o filme também não ganha zero muito por algumas boas escolhas do elenco. Se Reynolds está péssimo como o personagem principal, Blake Lively se saí melhor que o esperado como Carol Ferris, interesse romântico de Hal Jordan. Peter Sarsgaard faz uma boa atuação como o vilão Hector Hammond, conseguindo trazer um tom mais realista e profundo para o personagem, pena que foi muito mal aproveitado na história.

O grande destaque e talvez a salvação para a futura continuação é o ator Mark Strong como o personagem Sinestro, criado através de um impressionante trabalho de maquiagem e ficando igual aos quadrinhos. Strong especialista em viver vilões conseguiu capturar detalhes da personalidade do personagem e trouxe para o cinema a alma e sentimentos dúbios de Sinestro.

A Warner Bros. perdeu a chance de começar melhor a história de Lanterna Verde no cinema, com isso o filme acabou sendo um grande fracasso nas bilheterias e deixou uma péssima impressão tanto para os fãs do herói como também para aqueles que foram apresentados ao seu universo.

Os próprios chefões do estúdio já assumiram os erros e mesmo assim já garantiram que o filme irá ganhar uma continuação. O bom é que na cena pós-credito é deixado um gancho, confuso, mas bastante promissor para a sequência,.

Uma história e universo tão rico como do Lanterna Verde pode ter ainda salvação e quem sabe uma adaptação decente no cinema, desde que a próxima equipe que assumir a produção tenha mais respeito e carinho com a obra original.

4 comentários em “Crítica: Lanterna Verde

  1. Eu não acredito que vou ter que ver esse filme. Eu sei que ele é ruim, mas não posso deixar de assistir.

    Uma pena, de verdade, porque depois do Batman, o Lanterna Verde é o meu super herói predileto.

  2. Opa, boa crítica.
    Também fiz um crítica no meu humilde blog:

  3. […] Warner Bros. divulgou o conteúdo do Blu-ray de Lanterna Verde. A principal novidade é que o filme terá uma versão estendida com 14 minutos de cenas […]

  4. falou tudo que eu queria falar e mais um pouco

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