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Crítica: Dylan Dog e as Criaturas da Noite

Nos últimos anos Hollywood descobriu que adaptar histórias em quadrinhos para o cinema pode ser uma grande fonte de dinheiro, mas como toda moda isso tem um lado ruim e um bom. O bom pode ser visto em filmes como Homem de Ferro, Thor, Batman entre outros e o ruim pode ser exemplificado em um só Dylan Dog e as Criaturas da Noite.

Com essa mania de adaptação de quadrinhos até aqueles personagens pouco conhecidos estão ganhando uma chance na telona e é o caso do herói criado pelo italiano Tiziano Sclavi. Dylan Dog sempre foi popular somente no seu país de origem e acabou tornando-se um quadrinho cult no resto do mundo, incluindo os EUA e no Brasil.

Quem já os quadrinhos do “detetive do pesadelo”, seu tradicional apelido, vai tomar um susto com menos de cinco minutos do filme ao perceber que pouca coisa da história original foi usada na adaptação. O roteiro da dupla Thomas Dean Donnelly e Joshua Oppenheimer (dupla do horrível Sahara) pega poucos elementos da história original e transforma tudo em um filme previsível com cara de Sessão da Tarde.

O tom sobrenatural e suspense da história original virou um filme de ação tosco com um humor barato, com piadas sem graça sobre vampiros, lobisomens e muitas vezes sobre zumbis. A trama deixa Londres e vai para Nova Orleans, cidade mais popular para tentar conquistar o público norte-americano.

O ator Brandon Routh (Superman: O Retorno) interpreta nesta adaptação Dylan Dog, um humano que é 0 guardião dos monstros. Após uma tragédia Routh abandona seu posto e se torna um detetive particular sobre casos de traição envolvendo humanos, sempre com a ajuda de Marcus (Sam Huntington, também de Superman: O Retorno).

Nos quadrinhos o ajudante de Dylan é um personagem atrapalhado e com o nome e aparência de Groucho Marx, funcionando como um alívio cômico. O motivo desta mudança é que os produtores não conseguiram os direitos para usar a imagem de Groucho. Com isso tiveram que criar um novo e chato personagem, que no final é o menos ruim no filme, principalmente pelo estilo engraçado de Sam Huntington.

Não entregando muitos detalhes da trama, Dylan é obrigado a largar a sua aposentadoria após encontrar com Elizabeth (Anita Briem, série The Tudors) que o contrata para investigar a morte de seu pai por uma das criaturas da noite. A trama tenta sem conseguir mostrar a convivência entre humanos e as criaturas, a maioria delas zumbis que tentam viver uma vida normal apesar de seu visual assustador e com partes de seus corpos caindo o tempo todo.

O problema é que nada no filme funciona, Brandon Routh é o pior ator dos últimos anos, só sabe fazer a mesma cara. A “mocinha” interpretada por Anita Briem é ridícula e nem sexy consegue ser, para piorar sua personagem participa de uma reviravolta na trama que é digna de risos de tanta falta de criatividade. Além de Huntington o único que não se saí tão ruim é o ator Taye Diggs como um vampiro negro, o único personagem que parece ter sido criado com mais cuidado e protagonista dos poucos bons diálogos da trama.

A cada minuto da história é possível lembrar a todo momento os horríveis filmes de heróis dos anos 90, com um elenco péssimo e uma história fraca. Para completar a tragédia as cenas de ação são todas pífias e com efeitos especiais fracos demais, é quase impossível não rir das maquiagens dos lobisomens.

Dylan Dog e as Criaturas da Noite é uma ofensa aos fãs da história em quadrinhos criada por Sclavi e ao atual momentos dos filmes de super-heróis, um exemplo nunca a ser seguindo e que nem merece ser assistido.

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