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Crítica: Desconhecido

O suspense Desconhecido é mais um filme que tenta ser diferente e metido a inteligente, entretanto, no final acaba se perdendo com uma história sem pé e nem cabeça.

A história começa bem apresentando os personagens o Dr. e biólogo Martin Harris (Liam Neeson) e sua esposa Elizabeth (January Jones) chegando a Berlim para uma importante conferência mundial de Biotecnologia. Após um acidente de carro, o Dr. Harris fica em coma em quatro dias. Ao acordar descobre que existe um outro Dr. Harris no seu lugar e que está ao lado de sua esposa, que reage como se nunca tivesse conhecido o verdadeiro Harris.

A trama segue aquele velho padrão americano, com um homem em busca da verdade e da sua própria identidade. Não faltam também muitas cenas de correria, lutas, tiros e até um pouco de espionagem internacional. O problema é que até metade do filme a história de suspense, que tenta copiar o estilo consagrado por Hitchcok, consegue até ser interessante, dentro de sua previsibilidade, mas o último ato do filme é uma junção de erros e clichês.

O limitado diretor Jaume-Collet-Serra (Á Órfã) mostra nenhuma habilidade tanto para filmar as cenas de ação, todas seguindo a lógico dos blockbusters americanos, como nas cenas mais importantes do filme, exagerando em closes nos personagens para tentar passar emoção, algo que falta em quase todo o elenco.

Liam Neeson depois de ser muito elogiado pela sua atuação em bons filmes como Neil e a Lista de Schindler, que lhe rendeu uma indicação ao Oscar. Também ganhou fama por sempre roubar a atenção em papéis secundários. Agora com quase 60 anos, Neeson decidiu investir sua carreira em filmes de ação, nos últimos anos fez o mediano Busca Implacável, o horrível Esquadrão Classe A e agora tenta a sorte mais uma vez com Desconhecido.

O ator que não tem porte físico para este gênero, parece deslocado no papel do Dr. Harris, não convence em nenhum momento e sua atuação na hora da grande revelação da história é vergonhosa.

January Jones é uma das mulheres mais lindas da atualidade, neste filme sua personagem tem importância na trama, porém aparece poucas vezes e mesmo assim a atriz exagera com uma atuação excessivamente dramática.

Quem não deu sorte é Diane Kruger (Bastardos Inglórios) que foi escalada para um papel mais sem lógica da história. Ela interpreta uma imigrante ilegal que de forma que inexplicavelmente resolve ajudar o Dr. Harris a descobrir o que está acontecendo. A história da personagem não tem lógico e em nenhum momento e só serve mesmo para o Dr. Harris não aparecer sozinho o tempo todo na tela.

Destaque para duas participações especiais, o ótimo ator alemão Bruno Ganz (o Hitler de A Queda) como um ex-agente da polícia secreta da antiga Alemanha Oriental. O personagem rouba a cena com algumas das únicas boas falas do longa, como quando crítica a falta de memória do povo alemão.

Ganz também participa da única cena realmente interessante da história, quando contracena com Frank Langella (Frost/Nixon) que mais uma vez é colocado em um papel secundário e como já virou costume rouba a cena sempre que aparece.

O suspense Desconhecido erra ao explicar tudo que está acontecendo a cada cena e escorrega de vez na sua reviravolta final, que chega a ser cômica. A grande surpresa da história nada mais é um do que um grande clichê e que já foi usado diversas vezes no cinema.

Um comentário em “Crítica: Desconhecido

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