Deixe um comentário

Crítica: Centurião

Desde que despontou com o bom Cães de Caça, Neil Marshall está tentando firmar seu lugar em Hollywood e tirar a marca de diretor de filmes “B”. Acertou em Abismo do Medo, mas não obteve o reconhecimento que merecia e depois cometeu inúmeros erros em O Juízo Final. Agora o diretor inglês traz o seu estilo para o gênero épico em Centurião, seja para o bem ou para o mal.

O tema de fundo da história é a luta entre o Império Romano contra as tribos dos pictos, na antiga Caledônia, atual Escócia. Cansado de perder homens e insastisfeitos com a a situação, o Império decide mandar a famosa Nona Legião para acabar de uma vez com a guerra. Na história, acompanhamos tudo através do legionário Quintus Dias (Michael Fassbender de Bastardos Inglórios), que após ser salvo das mãos pictos pela Nona Legião, se junta a eles e ao seu capitão General Virilus (Dominic West).

Os cenários e as caracterizações dos personagens são ótimas, Marshall mais uma vez acerta nas poderosas cenas de ação, mas o roteiro roteiro escrito pelo diretor não segue a mesma grandiosidade da produção. O início do filme se resume a uma matança que não parece ter fim, diga-se de passagem que todas as mortes são pelo menos estilosas.

Marshall preferiu fazer uma história com muitas mortes e pouquíssimos diálogos, as poucas falas se resumem a frases de efeitos, que ficam piores ainda, graças ao fraco elenco secundário. A pior escolha do elenco e que diminúi o valor da obra, é a atriz Olga Kurylenko no papel de uma guerreira muda, que mesmo sem falar uma palavra, deixa claro sua falta de talento, até quando sua única função é fazer algumas caretas e atacar espadas e lanças no ar.

Num elenco mediano, o protagonista Michael Fassbender (Bastardos Inglórios) repete a mesma segura atuações de seus últimos filmes e traz um pouco de sensibilidade em um filme lotado de hormônios.

Depois de muito sangue e uma história que segue um bom e curto ritmo, o filme caminha nos seus minutos finais para o assunto principal da história, o mistério envolvendo o que aconteceu com os soldados da Nona Legião, que nunca retornaram a Roma e por isso se tornaram uma lenda. Não satisfeito de tentar dar uma resposta ao mistério, Marshal aproveita este fato histórico para deixar um gancho para uma possível continuação.

Centurião não traz nada de novo ao gênero e nem desaponta, é mais um filme sobre uma história antiga que tenta ser épico através de grandes cenas e de sua estética, mas que peca pela superficialidade da sua história.

Deixe um comentário